INEM teve viaturas médicas paradas durante mais de 2.600 horas nos primeiros cinco meses do ano

As viaturas médicas do INEM estiveram paradas, nos primeiros cinco meses do ano, mais de 2.600 horas, denuncia esta terça-feira o jornal ‘Público’: as 44 Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) tiveram uma taxa de inoperacionalidade de 1,62% até maio – face ao ano passado, são mais 423 horas. Os números são do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), responsável por gerir o sistema de emergência pré-hospitalar.

Entre as principais causas estão a falta de tripulação, o que levou mesmo Luís Meira (que apresentou esta segunda-feira a sua demissão), presidente do INEM, a admitir que “a degradação do serviço era inegável”, salientando faltarem cerca de 400 técnicos de emergência.

A falta de técnicos para atender as chamadas de emergências nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes e para acionar os meios de socorro adequados a cada situação resulta em atrasos diários na resposta, visíveis essencialmente nas horas de pico, denuncia o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar: o presidente Rui Lázaro tem vindo a alertar para os múltiplos efeitos da falta de técnicos nos diversos serviços. “Atualmente, todos os dias temos alturas com mais de 50 chamadas em espera e noutro dia chegamos a ter 107”, acusa.

A situação torna-se ainda mais grave quando há urgências fechadas e outras sem algumas especialidades, por vezes por curtos períodos, o que obriga um trabalho suplementar do CODU para direcionar os doentes para a unidade mais adequada para responder à sua situação.

Já Adelina Pereira, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Urgência e Emergência, não estranha os efeitos. “Estamos a falar de um sistema integrado. Se uma das faces falha, vai-se repercutir na outra. O encerramento de pontos da rede de urgência vai necessariamente sobrecarregar a emergência pré-hospitalar”, conclui.






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