Indústria chinesa cresce em janeiro ao menor ritmo em sete meses
A atividade industrial da China cresceu, em janeiro passado, ao ritmo mais lento dos últimos sete meses, de acordo com o Índice de Gestores de Compras (PMI) do setor manufatureiro, divulgado hoje pela revista Caixin.
Aquele índice, que serve como referência para muitos investidores, fixou-se em janeiro nos 51,5 pontos, menos 1,5 do que último mês de 2020.
Neste índice, criado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit, uma marca acima dos 50 pontos representa um crescimento da atividade em relação ao mês anterior e, abaixo, uma contração.
O PMI oficial, divulgado no domingo pelo Gabinete Nacional de Estatísticas, caiu 0,6 pontos, para 51,3.
Tanto os indicadores do Governo como os da Caixin ficaram abaixo do esperado pelos analistas, que apostavam que a tendência de recuperação que tem marcado os principais indicadores chineses nos últimos meses se prolongasse.
A China foi o primeiro país a registar casos de covid-19, mas cedo conseguiu controlar a doença, após adotar restritas medidas preventivas. No último mês, no entanto, ocorreram surtos isolados, que forçaram o bloqueio de algumas cidades.
Wang Zhe, economista da Caixin, garantiu que os surtos da covid-19 na China, que em janeiro registou um número total de casos por contágio local inédito desde março de 2020, afetaram a procura doméstica e as cadeias de abastecimento.
No entanto, a procura externa, que tem sido um dos motores da recuperação industrial, devido à necessidade de produtos relacionados com a pandemia, também caiu, como mostra a queda do subíndice de novos pedidos para exportação, que teve a pior pontuação desde junho passado.
Nos últimos meses, analistas alertaram que a força das exportações chinesas poderia abrandar, devido a novas vagas de contágio, mas também à menor procura por produtos médicos e de teletrabalho, à medida que as campanhas de vacinação avançam em muitos países.
Wang observou ainda que o menor crescimento na oferta e procura “coloca mais pressão” no mercado de trabalho, já que as empresas ainda não têm confiança suficiente para contratar.