Incêndios: Situação de alerta “é um instrumento excecional que não pode ser banalizado”, diz Governo

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Proteção Civil explicou esta terça-feira o porquê de o Governo não ter avançado com a declaração da situação de alerta devido aos incêndios , que esta terça feira lavravam ainda (nos três principais fogos) em Odemira Cinfães e Leiria, com mais de mil bombeiros empenhados nos esforços de combate às chamas.

“Começámos a fazer essa avaliação no passado domingo”, indicou a responsável, realçando a “capacidade do dispositivo em termos de resposta operacional”, e que foi ponderado “fazer o acionamento dessa declaração” de situação de alerta.

“A medida que o tempo foi avançando, o quadro começou a mudar ligeiramente, e as indicações que passávamos a ter apontavam para um quadro meteorológico bastante diferente do que tínhamos inicialmente a meio da tarde de domingo”, explicou, em entrevista á CNN Portugal.

“É preciso perceber que este [declaração de situação de alerta] é um instrumento absolutamente excecional. Assim como a declaração do estado de contingencial, são instrumentos excecionais, que não podem de todo ser banalizados, e portanto temos que os reservar para os momentos em que podem fazer a diferença”, justificou Patrícia Gaspar.

A governante indicou que o acionamento “está sempre em cima da mesa e em qualquer momento, e se em função desta avaliação, se concluirmos que é vantajoso e que é uma mais valia, assim o faremos, como fizemos no passado”.

Patrícia Gaspar afastou as críticas apontadas, por exemplo, pela Liga dos Bombeiros, de que o acionamento permitiria ar mais prontidão, por exemplo, a bombeiros voluntários.

“Essa é uma das dimensões que avaliamos e que ponderamos. Da informação que recebemos da Autoridade de Emergência e Proteção Civil não tem havido, até agora, dificuldade no reforço ou capacidade de mobilização dos bombeiros. Temos neste momento na rua 25 grupos de reforço acionados, cerca de 750 bombeiros, que estão a contribuir para este esforço. Até agora não foi sentida essa necessidade”, clarificou, assegurando que há “capacidade de garantir refrescamento das forças substituição e rendição de guarnições de grupos e meios”.

“Se chegarmos ao momento em que se sente a dificuldade, essa é uma das questões que maias poderá pesar para a ativação ou não da declaração da situação de alerta”, indicou.

Patrícia Gaspar explicou ainda o porquê de os meios aéreos muitas vezes não levantarem logo pela manhã para combater incêndios.

“A avaliação feita com questões da janela macro de oportunidade e possibilidade (do nascer ao por do sol), horários máximos de voo dos pilotos e equipas e condições dos incêndios, como questões de fumo e meteorologia. Temos que perceber que quanto mais cedo os meios aéreos entrarem, mais cedo vão sair do teatro de operações. Temos de garantir que estes meios são mobilizáveis durante o maior tempo possível entre o nascer e por do sol”, defendeu a secretária de Estado d Proteção Civil.

Patrícia Gaspar indicou ainda que considera que “temos a moldura penal adequada para esta situação” do crime de incêndio florestal, e avisou que “a melhor prevenção que podemos fazer é garantir que adequamos aos nossos espaços florestais”.

A governante deixou ainda um apelo aos portugueses “para se absterem de usar qualquer tipo de fogo nos espaços rurais”.

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