Impeachment. Aprovada a «maior caça às bruxas da história», diz Trump
A votação desta quinta-feira na Câmara dos Representantes garantiu um lugar na história. O congresso norte-americano aprovou a votação sobre o impeachment do Presidente dos Estados Unidos, com 232 votos contra 196, os suficientes para passar à fase seguinte do inquérito.
A formalização do processo de impeachment, que poderá ou não levar à destituição de Donald Trump, vai entrar numa segunda fase, com audições em público de algumas das 15 testemunhas que já foram ouvidas à porta fechada e que acusam a Casa Branca de «abuso de poder».
Em causa está um telefonema, em Julho passado, entre Trump e o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenskii, a quem o republicano terá pedido ajuda para prejudicar Joe Biden, que foi vice-presidente na Administração de Obama e é um dos favoritos à nomeação democrata para as presidenciais de 2020. Esta conversa deu início a um processo de impugnação de Donald Trump, anunciado a 24 de Setembro pela presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
No Twitter, Donald Trump não tardou a reagir e reafirmou: «É a maior caça às bruxas na história americana!».
The Greatest Witch Hunt In American History!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 31, 2019
Num comunicado, a porta-voz de Trump denunciou «a obsessão dos democratas com procedimentos ilegítimos de impeachment». Stephanie Grisham garante que «o Presidente não fez nada de errado e os democratas sabem disso». Para a porta-voz trata-se de uma «perseguição» de que o presidente está a ser alvo para «prejudicar o povo americano».
De todas as formas, a investigação pode agora prosseguir, com as audições na Comissão dos Serviços Secretos da Câmara que só devem terminar em meados de Novembro.
Esta é a quarta vez em 230 anos que o Congresso chega perto de acusar e julgar um Presidente dos Estados Unidos. Até agora, só três presidentes americanos haviam sido alvo de impeachment: Andrew Johnson em 1868, por ter destituído o secretário da Guerra à revelia do Senado; Richard Nixon em 1974, por espionagem; e Bill Clinton em 1999, por ter mentido sobre a relação sexual com uma estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky. Johnson e Clinton acabaram ilibados e Nixon demitiu-se antes mesmo do início do processo.