“Impacto residual”: apenas 79 professores reformados aceitaram desafio do Governo de voltar às escolas

Apenas 79 professores reformados aceitaram o repto lançado pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e candidataram-se para voltar a dar aulas: segundo o ‘Diário de Notícias’, são menos de metade dos 200 traçados como objetivo pelo Governo para reduzir o número de alunos sem todas as aulas.

“Não acabou. Tivemos nesta primeira fase 79 professores aposentados que mostraram disponibilidade para colaborar na resolução do problema dos alunos sem aulas”, revelou Fernando Alexandre, em declarações à rádio ‘Renascença’ – de acordo com o ministro, um mês depois do arranque do ano letivo, há 58 mil alunos sem todas as aulas. Destes, cerca de 24 mil estão sem pelo menos sem uma disciplina desde o início do ano letivo.

Recorde-se que o recrutamento de docentes reformados há menos de cinco anos é uma das apostas do plano “+Aulas, +Sucesso”, para reduzir em 90% o número de alunos sem aulas até ao final do 1º período. Este regresso seria compensado com um subsídio equivalente ao salário do 1º escalão da carreira, que poderiam acumular com a reforma. Desde 2019, saíram mais de 14 mil professores, de acordo com a Caixa Geral de Aposentações – 3 mil dos quais desde janeiro último.

Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof (Federação Nacional de Professores), este número representa “um fiasco”. “Só a valorização da carreira e apoios à deslocação para todos os colocados longe de casa pode atrair mais candidatos e reduzir o número de alunos sem aulas”, defendeu.

Já Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), considerou que a medida seria “uma gota no oceano”. “A esmagadora maioria sai esgotada e desiludida. Era previsível”, apontou, salientando que os 79 professores regressados vão ter um “impacto muito residual”.

No entanto, Fernando Alexandre está convicto de que a solução passa pelo concurso extraordinário de vinculação, uma vez que concorreram mais de cinco mil docentes para cerca de 2 mil vagas nos 234 agrupamentos carenciados. “Houve uma grande resposta. Por isso, estou com alguma expectativa positiva de que uma parte do problema será resolvido dessa forma”, sublinhou o ministro.

Ler Mais



Comentários
Loading...