Imagens de satélite comprovam expansão das forças militares russas na Ucrânia

A Rússia tem, afinal, mais aviões de combate na Crimeia e nas bases perto da Ucrânia do que foi divulgado anteriormente, aumentando a sua capacidade de intimidação política ou de intervenção militar. As imagens de satélite, analisadas pelo The Wall Street Journal, mostram caças Su-30 alinhados na pista de uma base aérea na Crimeia – a aeronave, visível numa foto de satélite de 16 de abril, não estava lá no final de março.

Outros equipamentos militares russos foram também vistos nas imagens mais recentes sobre a Crimeia, incluindo tropas, tanques e unidades blindadas, helicópteros de ataque, geradores de fumo, drones de reconhecimento, equipamento de bloqueio e até mesmo um hospital militar.

Todo o equipamento, a par de aeronaves militares estacionadas na região – Su-34, Su-30, Su-27, Su-25 e Su-24 – e também retratadas nas fotos, têm vindo a fortalecer a influência política de Moscovo sobre a Ucrânia.

“O russos duplicaram deliberadamente vários elementos de poder aéreo que seriam necessários para estabelecer a superioridade aérea sobre o campo de batalha e apoiar diretamente as tropas terrestres”, disse ao The Wall Street Journal Philip Breedlove, um general aposentado da Força Aérea dos EUA que serviu como o principal comandante militar da NATO quando as forças russas anexaram a Crimeia.

O general acrescentou ainda que as fotos mostram que as unidades russas não estavam preparadas para atacar de forma imediata, mas que Moscovo tem várias opções para avançar com uma ação militar.

O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), William Burns, partilhou da mesma avaliação, avança o The Wall Street Journal, confirmando que as mobilizações russas podem ter como objetivo intimidar o governo ucraniano e enviar uma mensagem ao governo Biden. “É algo que não apenas os Estados Unidos, mas também os nossos aliados devem levar muito a sério”, disse Burns ao Comité de Inteligência do Senado.

A administração de Biden está já a preparar-se para fornecer ajuda militar à Ucrânia no caso de um ataque russo. As opções deverão incluir, segundo o The Wall Street Journal, sistemas antitanque, antinavio e antiaéreo, embora ainda não tenham sido oficialmente apresentados. O governo norte-americano também está a considerar mais sanções económicas contra a Rússia.

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