IL e Chega garantem falta de condições, PSD denuncia fragilidade do ministro: partidos da direita exigem saída de João Gomes Cravinho do Governo

Marco Capitão Ferreira fez um contrato de assessoria com a Direção-Geral de Recursos e Defesa Nacional (DGRDN) ao mesmo tempo que trabalhava para o gabinete do então ministro da Defesa, João Cravinho, integrado numa alegada “comissão fantasma” que tinha por objetivo realizar um estudo: de acordo com a revista ‘Visão, a comissão era ‘ad hoc’ e não remunerada e não foi alvo de qualquer despacho de nomeação.

A notícia fez subir o tom das críticas, com a Iniciativa Liberal e Chega a exigirem a demissão de João Gomes Cravinho, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, garantindo que este não tem condições para se manter no Governo. O PSD considerou, através do seu líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento, que o ministro está “muito fragilizado” e acusou-o de ter omitido “informação relevante” ao Parlamento.

Segundo a Iniciativa Liberal, “sendo verdade todos os factos que estão relatados, em detalhe, nesta reportagem não há de todo condições para João Gomes Cravinho continuar como ministro dos Negócios Estrangeiros do atual Governo, porque já não é uma questão de responsabilidade política, é também uma questão da dignidade do Estado português”, indicou o líder parlamentar, Rodrigo Saraiva.

“Há uma relação muito próxima entre Marco Capitão Ferreira e João Gomes Cravinho. Não podemos ter uma pessoa envolvida neste enredo a representar o Estado português por esse mundo fora. Não há condições. João Gomes Cravinho tem de sair do Governo”, frisou, lembrando que o ministro esteve recentemente na Assembleia da República a falar de Marco Capitão Ferreira e não referiu esta colaboração.

André Ventura, presidente do Chega, considerou que “João Gomes Cravinho mentiu e voltou a mentir na audição que teve no Parlamento”. “A consequência parece-me evidente, que João Cravinho não tem condições para se manter como ministro dos Negócios Estrangeiros porque enquanto ministro da Defesa falhou, mas também porque enquanto atual governante continua a mentir aos portugueses e mentiu ao Parlamento”, acusou, sublinhando que as notícias “trazem-nos a certeza de que João Gomes Cravinho continua a esconder o essencial da relação que mantinha enquanto ministro da Defesa com Marco Capitão Ferreira”.

Já a atual ministra da Defesa, Helena Carreiras, sublinhou não ter conhecimento de uma comissão a funcionar no ministério sem contrato de trabalho “Não tenho conhecimento de que, na minha tutela e no período em que estou no ministério, existam essas situações. A existirem, e em relação ao passado, deixemos as instituições fazer o seu trabalho, deixemos a Justiça trabalhar, tranquilamente, com serenidade e rigor”, afirmou a ministra.

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