IGAS abre inquérito ao caso de grávida de seis meses que perdeu bebé após ida ao Hospital de Cascais

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) instaurou um processo de esclarecimento relacionado com a assistência prestada a uma mulher grávida de seis meses no Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, no dia 16 de agosto de 2024. A medida foi tomada na sequência de uma queixa apresentada após a mulher, Daiane Oliveira, de 37 anos, ter perdido o bebé dias após ser atendida nas urgências daquele hospital.

De acordo com a nota oficial divulgada pela IGAS, “o processo tem como objeto a prestação de cuidados de saúde neonatais na referida unidade hospitalar”. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) também iniciou um processo de avaliação deste caso. Ambas as entidades irão cooperar na investigação, cada uma no quadro das suas respetivas atribuições, segundo informa o organismo em comunicado.

Daiane Oliveira, que estava grávida de seis meses, deslocou-se às urgências do Hospital de Cascais no dia 16 de agosto após sofrer um “sangramento forte e a saída de uma secreção”. O médico de serviço realizou uma ecografia, constatando que o bebé “estava bem, mas já em posição de nascer e com a placenta em baixo”, segundo relatou Welton Benfica, marido de Daiane, ao jornal Correio da Manhã.

Apesar da gravidade da situação, o médico não procedeu a um exame físico adicional e mandou Daiane para casa, recomendando apenas repouso absoluto. O casal, que esperava o seu primeiro filho, seguiu as orientações médicas.

No entanto, cinco dias depois, Daiane sentiu que algo estava errado, com a barriga dura e sem movimentos do bebé. Regressou ao hospital, onde foi confirmada a ausência de batimentos cardíacos do bebé e a falta de líquido amniótico na bolsa, sinalizando a morte fetal.

A tragédia gerou uma onda de indignação, com o casal a acusar o hospital de “falha médica” e a considerar a hipótese de avançar com uma queixa em tribunal.

Em resposta às alegações, o Hospital de Cascais referiu-se ao “sigilo profissional e salvaguarda do direito à privacidade” como impedimentos para partilhar informações detalhadas sobre o caso. No entanto, a unidade de saúde assegurou que “todos os seus profissionais atuam de acordo com os protocolos e práticas clínicas instituídos, de forma totalmente criteriosa, responsável e humanizada”.

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