“Identidade merece uma discussão séria”: Passos Coelho apresenta livro polémico sobre família

Pedro Passos Coelho apresentou, esta segunda-feira, o livro “Identidade e Família”, uma obra que reúne 22 contributos da direita mais conservadora, que pretende alertar para a “destruição da família” tradicional.

Entre os contributos contam-se Bagão Félix, um dos organizadores, César das Neves, Jaime Nogueira Pinto, Ribeiro e Castro e Manuel Monteiro, e que contou com a bênção do cardeal Manuel Clemente, assim como outros membro da Igreja.

“A família”, referiu o ex-primeiro-ministro, “nem sempre é considerada nas políticas públicas e muitas vezes é desconsiderada pelas políticas públicas. Isso não é bom”.

“Uma das razões pelo qual é útil esta abordagem, diversificada, é porque permite discussão. Queremos discutir as coisas com seriedade, com o espírito aberto e tolerante que devemos ter. A mim, impressiona-me que o espaço público esteja dominado por caricaturas”, indicou.

“Muitas vezes colam-se rótulos às coisas não por uma questão de simplificação, precisamos de algumas categorias, mas há simplificações com objetivo de agredir, desqualificar e diminuir. Isso não é bom para debate. É importante que sociedades mantenham espaços de racionalidade, sabendo-se que há diálogos com emotividade mas exacerbamentos que prejudicam uma análise séria”, precisou Passos Coelho, deixando o alerta.

“Sabemos que há uma preocupação, excessivamente, não só em Portugal, para criar rótulos, que não só de simplificação de linguagem. Mas há outros que são utilizados de forma diferente, com a intenção clara de desqualificar, diminuir e condicionar, quem lança as discussões. Apesar de algum atraso nesta abordagem, Portugal vem conhecendo que este vício diminui o espaço público e procura reconduzir estas discussões que interessam a toda a sociedade a uma gente ultraconversadora”, esclareceu, durante a apresentação.

Quando essas visões se fragmentam em excesso, o coletivo desaparece. Temos mais uma forma de nos desagregar e desentender sobre uma missão social”, concluiu.

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