Homens continuam a ganhar, em média, mais 10% do que as mulheres em Portugal
Na Europa (excluindo Reino Unido e Irlanda), apenas 7% das organizações implementaram estratégias de transparência salarial, apesar da Diretiva (UE) 2023/970 do Parlamento Europeu, que entrará em vigor em 2026.
A Mercer, empresa do grupo Marsh McLennan, divulga hoje o ‘Pay Transparency Survey Report 2024’, no Dia Nacional da Igualdade Salarial. O estudo, que reúne as respostas de mais de 1.000 empresas a nível mundial.
A transparência salarial está a emergir como um requisito importante para as empresas europeias, não só como uma obrigação legal, mas também como um fator crucial para atrair e reter talento. No entanto, a Europa está atrás de outras regiões, como os EUA, onde 19% das organizações já adotaram um plano de ação para a transparência salarial.
Em Portugal, um estudo adicional da Mercer, o ‘Total Remuneration Survey 2024’, revela que os homens continuam a receber, em média, 10% mais do que as mulheres, sublinhando a necessidade de promover a equidade interna.
“Analisando o contexto empresarial europeu, existe, de facto, algum gap relativamente ao tema da equidade e transparência salarial. Em Portugal, um outro estudo da Mercer (Total Remuneration Survey 2024) revelou que os homens recebem, em média, mais 10% do que as mulheres, o que deixa clara a necessidade de intencionalizar o foco na equidade interna. A transposição para a legislação nacional está prevista para 2026, pelo que o momento de preparação para requisitos de transparência e para as obrigações de reporte, (previsto para 2027) é agora”, afirma Marta Dias, Rewards Leader da Mercer Portugal.
Em Portugal, a Diretiva Europeia sobre Transparência Salarial ainda gera alguma incerteza, com 59% das empresas afirmando estar a trabalhar no tema, mas 40% a admitirem não conhecer bem as implicações da nova legislação. De acordo com um estudo da Mercer junto de 120 empresas portuguesas, a maioria das organizações reconhece os desafios de implementar a transparência salarial, como a criação de uma estrutura de classificação e o desenvolvimento de análises de equidade salarial. Apenas 33% das empresas compartilham bandas salariais com os colaboradores e apenas 10% divulgam a compensação prevista para a função.
Cerca de 50% das empresas portuguesas afirmam que terão de realizar mudanças significativas nas suas políticas de compensação para atender aos requisitos da diretiva, com apenas 5% das organizações a confirmar a necessidade de reestruturações completas.