Hoje é dia de “enorme protesto” contra Maduro na Venezuela, convocado pela oposição
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, convocou um protesto de larga escala para hoje, com ações previstas tanto dentro como fora da Venezuela. Este movimento surge como uma contestação direta à continuidade do presidente Nicolás Maduro no poder, cuja posse está marcada para 10 de janeiro.
“Temos de agir já no dia 1 de dezembro. Será um protesto único, inédito. O mundo inteiro vai concentrar-se na causa de um país que decidiu ir até ao fim”, declarou María Corina Machado, durante uma videoconferência com líderes e ativistas da oposição.
Um dos líderes do movimento, que permanece escondido devido a ameaças de prisão, reforçou a necessidade de uma mobilização em grande escala. “Que seja um grande protesto dentro e fora da Venezuela”, afirmou. Machado acrescentou ainda que ações mais “firmes e seguras” serão tomadas antes da data da posse de Maduro.
A oposição acusa o governo de Nicolás Maduro de fraude nas eleições de 28 de julho, em que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor. González Urrutia, candidato opositor, reivindicou a vitória, alegando possuir 80% das cópias dos resultados oficiais que, segundo ele, comprovam o seu triunfo.
Após a divulgação dos resultados, os protestos eclodiram em várias regiões do país, resultando em 28 mortos, 200 feridos e mais de 2.400 detidos. No entanto, o governo venezuelano rejeitou as cédulas de voto apresentadas pela oposição, classificando-as como falsas. O Ministério Público anunciou uma investigação contra os líderes opositores e emitiu um mandado de prisão para González Urrutia.
A repressão governamental enfraqueceu os protestos, com várias detenções de ativistas e líderes opositores. González Urrutia foi forçado a exilar-se em Espanha, mas mantém a promessa de assumir a presidência da Venezuela a 10 de janeiro. “Não há dúvidas sobre isso”, garantiu durante a videoconferência com aliados.
“Estamos a lutar, estamos a liderar a nossa voz, a voz de todos os venezuelanos no exterior. Estivemos em Portugal, em Itália, em Bruxelas, e em todas elas encontrámos uma grande recetividade às nossas propostas”, destacou González Urrutia.
A oposição conta com o apoio de países como os Estados Unidos, Itália e Equador, que já reconheceram González Urrutia como “presidente eleito”. A estratégia dos opositores inclui um aumento da pressão internacional sobre o governo de Maduro, com a esperança de atrair mais países para a sua causa e fortalecer o reconhecimento da legitimidade de González Urrutia.
Este domingo, os olhos do mundo estarão voltados para as ruas da Venezuela e para as comunidades venezuelanas no exterior, à medida que o protesto promete marcar mais um capítulo na luta pela democracia no país.