Habitação: Rendas das casas aumentaram 23% em Lisboa e no Porto desde o verão passado

Desde o verão passado, nos novos contratos de arrendamento habitacional assinados em Lisboa e no Porto, maiores centros urbanos do País, os valores das rendas cresceram e estavam, no 1.º trimestre deste ano, 23% acima do praticado no mercado no 2.º trimestre do ano anterior.

A análise é feita pela Confidencial Imobiliário, empresa de ‘market intelligence’ independente, no âmbito do Índice de Rendas Residenciais. O início do período considerado na análise, recorde-se antecedeu o anúncio do Governo de impor limites à atualização das rendas habitacionais.

O aumento foi sendo gradual: no 3º trimestre de 2022, as rendas dos novos contratos estavam 10% acima do trimestre anterior quer em Lisboa quer no Porto, seguiu-se no 4.º trimestre uma variação em cadeia de 6,0% na Capital e de 8,0% na Invicta. Já no começo de 2023, já com o programa Mais Habitação conhecido, houve novo aumento de 6,0% em Lisboa e de 2% no Porto.

“Sendo um facto que as rendas em Lisboa e no Porto já estavam em recuperação desde o final de 2021 depois de quase dois anos de contração, a verdade é que há um incremento especialmente forte desde o verão passado e que este coincide com o anúncio de que a atualização dos valores seria limitada administrativamente. Esta medida parece ter agravado a falta de confiança dos proprietários neste mercado, ao mesmo tempo que lhe retirou atratividade, pois o aumento previsto não cobre sequer a inflação. O 1º trimestre deste ano consolidou este cenário”, assinala Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, citado em comunicado.

De acordo com os dados do SIR-Arrendamento, a renda média praticada nos novos contratos em Lisboa chegou aos 18,2€/m² e no Porto aos 14,0€/m², o que se traduz em rendas médias por fogo de 1.480€ no caso de Lisboa e de 1.064€ no Porto.