Habitação: Casas estão mais caras 4,8%. Rendas subiram 26,3%. Este é o retrato do último ano da era Costa

Oito anos depois de liderar os destinos de Portugal, o Primeiro-Ministro, António Costa, apresentou a sua demissão após a PSP ter realizado buscas em São Bento e de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

A decisão foi aceite pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que garantiu que o Orçamento do Estado para 2024 irá a votação final independentemente do sucedido, possibilitando viabilizar algumas medidas, incluindo do pacote Mais Habitação.

A habitação foi uma das bandeiras do Governo durante o mandato do atual executivo, mas
“além da desconfiança e incerteza que muitas das medidas de Costa – como o fim dos vistos gold ou a revogação dos Residentes Não Habituais –  geraram juntos dos investidores, a crise habitacional continua por resolver, e até se tem vindo a agravar em 2023 perante a perda de poder de compra e a subida dos juros no crédito habitação”, escrevem os especialistas do idealista.

Para além disso, o mercado residencial tem um problema de stock e a oferta continua a ser inferior à procura, contribuindo para que os preços das casas para comprar em Portugal em 4,8% no último ano e elevando as rendas das casas em 26,3%.

 

Venda de casas

Os dados do idealista mostram que, apesar de assistirmos a uma estabilização do preço das casas à venda desde julho, uma análise em termos anuais revela que comprar casa em Portugal ficou 4,8% mais caro nos últimos 12 meses terminados em outubro. Assim, o preço médio das habitações situa-se agora nos 2.500 euros por metro quadrado (euros/m2).

Lisboa conquista o pódio de cidade mais cara para comprar casa, com um custo médio de 5.401 euros por m2. Logo a seguir, encontram-se o Porto (3.392 euros/m2), Funchal (3.105 euros/m2), Faro (2.918 euros/m2) e Aveiro (2.411 euros/m2). Por outro lado, Portalegre apresenta as casas mais acessíveis para comprar, com um preço de 747 euros/m2, seguida pela Guarda (830 euros/m2), Castelo Branco (844 euros/m2) e Beja (941 euros/m2).

As casas vendidas no segundo trimestre de 2023 totalizaram aproximadamente 6,9 mil milhões de euros, menos 16,7% face ao mesmo período de 2022. Analisando o segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano, o valor das habitações vendidas aumentou 0,7%, denotando-se uma recuperação.


Rendas

Os preços dos arrendamentos foram aqueles que mais dispararam. Apesar das medidas proportas pelo Governo que visavam aumentar as casas colocadas no mercado de arrendamento, a maior crise na habitação está mesmo em quem procura casa para arrendar.

Os dados do idealista mostram que os preços das casas para arrendar em Portugal registaram um aumento de 26,3% no último ano, o que levou as rendas a atingir, em média, os 15,3 euros por metro quadrado por mês (euros/m2/mês).

O maior aumento verificou-se no Porto, onde as rendas das casas subiram 32,4% num ano, resultando num valor médio de 16,5 euros/m2/mês. Em segundo lugar está Faro (32%), onde o custo mediano da renda se fixou em 12,5 euros/m2/mês, seguido de Lisboa, onde os preços cresceram 26,3%, atingindo os 20,9 euros/m2/mês, tornando-a a cidade com o arrendamento mais caro em Portugal.

 

 

Rentabilidade

Os números mostram que continua a ser rentável investir em habitação. A rentabilidade bruta da aquisição de imóveis em Portugal, com o objetivo de colocá-los no mercado de arrendamento, atingiu 7,4% no terceiro trimestre de 2023, um aumento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2022, quando se situava em 5,9%.

A rentabilidade no setor habitacional é também superior à observada no terceiro trimestre de 2021, que era de 5,7%.

“Mas isto quer dizer que os riscos do negócio também são superiores”, sublinham os especialistas do idealista.

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