Há três tipos de cancro que estão a afetar mais os jovens: especialista deixa recomendações para a deteção precoce

O cancro é normalmente considerado uma doença que afeta os mais idosos: no entanto, os casos entre os mais jovens estão a aumentar – há uma tendência ascendente nos casos de cancro colorretal, cervical e da mama em pessoas com menos de 50 anos, denunciou Chrstina Annunziata, vice-presidente sénior da American Cancer Society, em declarações ao ‘Business Insider’.

O cancro colorretal – conhecido também por cancro do cólon ou reto, conforme onde tenha começado – é agora a principal causa de morte de cancro em homens com menos de 50 anos e a segunda mais mortal para mulheres na mesma faixa etária, segundo as estatísticas de cancro de 2024 da ACS.

As mortes por cancro colorretal em pessoas com menos de 55 anos aumentaram cerca de 1% por ano desde meados da década de 2000.

Já os casos de cancro da mama em mulheres têm aumentado em cerca de 0,6% ao ano desde meados da década de 2000, mas o aumento é um pouco mais acentuado nas mulheres com menos de 50 anos do que naquelas com 50 ou mais anos.

Os casos de cancro do colo do útero estão também a aumentar em mulheres com idades entre os 30 e os 44 anos. A taxa de incidência em mulheres nesta faixa etária aumentou 1,7% ao ano entre 2012 e 2019. No entanto, nesse mesmo período, os casos entre mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 44 anos diminuiu 11% ao ano, provavelmente devido à vacina contra o HPV, frisou a ACS.

“Os mais jovens estão a melhorar desde a vacina, mas há uma população com cerca de 30 anos que tem mais cancro do colo do útero”, salientou Annunziata.

A boa notícia é que existem testes de rastreio disponíveis para estes tipos específicos de cancro, tornando possível a deteção precoce. “Acho que temos a oportunidade de reverter essa tendência se as pessoas prosseguirem com os exames”, garantiu a especialista. “É preocupante se não for tomada qualquer ação.”

Annunziata partilhou três coisas que poderiam ajudar os jovens a reduzir o risco de desenvolver cancro ou aumentar a chance de contraí-lo precocemente.

Conhecer a história da sua família

É importante saber se há algum tipo de cancro na sua família e com que idade desenvolveu o seu familiar a doença, sublinhou. Os cancros hereditários tendem a surgir mais cedo do que os cancros não hereditários. “Portanto, se houver um gene, uma mutação herdada na família, esse cancro aparecerá na família em idades mais precoces”, disse.

Quase uma em cada três pessoas diagnosticadas com cancro colorretal antes dos 50 anos tem histórico familiar da doença ou predisposição genética, informou a ACS.

“Conhecer o seu histórico familiar pode ser muito importante para avaliar o seu próprio risco e também para convencer ou transmitir ao médico que isso é algo com que eles deveriam se preocupar”, explicou.

Defenda-se no consultório médico

Os sinais gerais de cancro, como perda de peso, fadiga e náusea, podem ser muito vagos, alertou Annunziata, por isso é importante se defender se achar que algo está errado.

Principalmente se for jovem e saudável, é provável que os médicos atribuam os sintomas a outra coisa. “Quando as pessoas mais jovens apresentam sintomas preocupantes, por vezes o cancro não é a primeira coisa que passa pela cabeça do médico porque outras coisas são muito mais comuns nas pessoas mais jovens”, disse.

Seja examinado

Os cancros colorretal, cervical e de mama são todos rastreáveis, e quanto mais cedo for encontrado, mais fácil será o tratamento.

O rastreio do cancro da mama deve começar aos 40 anos, se não houver história familiar conhecida: já o rastreio do cancro do colo do útero deve começar na adolescência ou aos 20 anos.

“Esse é um teste simples que pode ser feito no consultório médico e que pode detetar cancro cervical precoce ou até mesmo lesões pré-cancerígenas que podem ser removidas e prevenir o desenvolvimento a doença”, finalizou a especialista, que lembro que deve começar a fazer exames de cancro colorretal aos 45 anos, sendo que existem várias ferramentas de triagem disponíveis.

Ler Mais