Há mais um país europeu que reintroduziu o serviço militar obrigatório. Medida em vigor já em 2025

A Croácia acabou de anunciar a reintrodução do serviço militar obrigatório de dois meses, com início marcado para 1 de janeiro do próximo ano. A decisão foi confirmada pelo Ministro da Defesa croata, Ivan Anušić, na última semana, em resposta ao aumento das tensões na Europa, desencadeadas pela agressão russa contra a Ucrânia e pela corrida armamentista nos Balcãs, região que enfrentou uma guerra sangrenta nos anos 1990.

“Reforçámos os salários dos soldados, sargentos e oficiais, melhorando os seus direitos materiais não apenas através do rendimento pessoal, mas também através das diárias e de todos os benefícios a que têm direito,” afirmou Anušić ao canal de televisão croata RTL na quinta-feira. “A modernização e o equipamento das Forças Armadas estão a avançar conforme planeado e de acordo com os nossos aliados e a liderança da NATO,” acrescentou, salientando que não haverá poupança de fundos nesta área.

Este movimento marca o regresso ao recrutamento militar obrigatório, que havia sido suspenso em 2008 quando o país adotou um sistema baseado em voluntários. A Croácia junta-se, assim, a outros países europeus que estão a considerar ou já implementaram a reinstauração do serviço militar obrigatório como resposta às crescentes tensões regionais. No ano passado, a Letónia restabeleceu o serviço militar obrigatório como medida de precaução face à invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia. A Sérvia, maior rival da Croácia nos Balcãs, também está a ponderar reativar o recrutamento obrigatório.

Em outros países europeus, o serviço militar obrigatório continua a ser uma prática comum. Na Suécia, por exemplo, os jovens prestam serviço militar por um período entre nove e 15 meses, desde que passem nos testes físicos e mentais exigidos. Cerca de 8.000 rapazes e raparigas participam anualmente. Na Dinamarca, os homens são obrigados a alistar-se por quatro meses, mas podem adiar o serviço até completarem a educação. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Dinamarca planeia aumentar o tempo de serviço para 11 meses e tornar o recrutamento obrigatório para as mulheres, além dos homens.

A Noruega, por sua vez, opera um sistema altamente seletivo, com menos de 10.000 recrutas aceites em 2023, o que torna o processo competitivo e prestigioso, segundo especialistas.

Além da Europa continental, o Reino Unido também discutiu a possibilidade de reintroduzir um tipo de serviço nacional obrigatório. No início deste ano, o ex-primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou que os jovens de 18 anos seriam obrigados a participar em serviço nacional caso o Partido Conservador vencesse as eleições gerais. Embora o partido não tenha alcançado a vitória, Sunak defendeu que o serviço obrigatório ajudaria a unir a sociedade num “mundo cada vez mais incerto” e daria aos jovens um “sentido de propósito partilhado”. Ele sugeriu que o voluntariado poderia incluir apoio aos bombeiros, à polícia, ao NHS e a instituições de caridade que combatem a solidão e ajudam os idosos e pessoas isoladas.

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