Guerra na Ucrânia: Médicas russas estão a ser usadas como escravas sexuais por oficiais militares do mesmo regimento

As tropas russas na Ucrânia estarão a coagir as próprias médicas que desenvolvem atividade nas frentes de combate, obrigando-as a agir como escravas sexuais para altos oficiais militares. As que recusam são castigadas.

O caso é denunciado por uma militar russa, em entrevista à Radio Free Europe, identificada apenas como ‘Margarita’, que está em casa a recuperar depois de ter testemunhado os horrores cometidos pelos colegas do mesmo regimento.

A soldado diz que as médicas militares colocadas no regimento onde servia foram forçadas a tornarem-se “esposas de frente de combate” para os responsáveis militares, o que envolvia cozinharem e prestarem serviços de limpeza aos homens, bem como “satisfazê-los sexualmente”.

“Quando chegámos, ninguém sabia o que se estava a passar. Depois, quando percebemos, já não havia volta a dar. Durante um mês eu vivi ao relento. Enquanto os homens passavam a noite em tendas e até casas, eu dormia no chão, junto a uma estrada. Eles queriam que eu ‘quebrasse’, e que aceitasse dormir com o coronel”, explicou a médica, exemplificando alguns dos “duros castigos” a que as profissionais de saúde eram sujeitas quando recusavam envolver-se sexualmente com os comandantes.

Margarita conta que uma médica, que recusou ser “esposa de guerra” de um oficial, acabou por ser baleada pelo mesmo quando este estava alcoolizado, ficando permanentemente incapacitada.

“Eles arranjaram forma de fingir que tinham sido os ucranianos os culpados. Ele depois deu um tiro no próprio braço, como se tivesse acontecido enquanto a tentava defender. Esteve três semanas fora no hospital, e depois voltou”, explica Margarita, garantindo que algumas mulheres eram obrigadas a dormir com vários militares.

A mulher relata que alguns soldados também eram sujeitos a castigos severos, sendo que era uma prática comum que os que recusassem ir para a frente de combate acabassem trancados em caves cheias de ratazanas, completamente nus.

“Forçavam-nos a cavar as própria sepulturas e depois obrigavam-nos a deitarem-se lá. Sob ameaça, levavam os colegas a enterrarem-nos e a deixarem-lhes a apenas a cabeça de fora. Depois os responsáveis afastavam-se e disparavam indiscriminadamente contra a sepultura. E era o adeus a todos os que eram atingidos”, relata Margarita.

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