Guerra do petróleo: Ucrânia desafia Rússia mas pode estar em risco o abastecimento mundial
A Ucrânia está a atingir a Rússia onde mais dói, com ataques massivos de drones às refinarias russas, num golpe inesperado que deixou o Kremlin numa posição bastante frágil.
Demorou mais de dois anos para que as forças ucranianas encontrassem o ponto fraco da economia “blindada” da Rússia, liderada por Vladimir Putin. Os ataques, que ocorreram nas últimas semanas, têm prejudicado significativamente a capacidade da Rússia de gerar receitas com a venda de produtos refinados, como o diesel, querosene e gasolina.
Os especialistas estimam que foram eliminados entre 600.000 e 900.000 barris por dia da capacidade de refinação russa devido aos ataques, o que representou uma queda na produção e exportações de hidrocarbonetos russos, o que tem implicações globais significativas, revela o ‘elEconomista’.
A Rússia é um dos maiores exportadores de energia do mundo e qualquer interrupção da sua produção afeta diretamente os mercados globais de petróleo.
Surpreendentemente, os EUA, aliados da Ucrânia, pediram recentemente a Kiev que interrompesse os ataques às infraestruturas energéticas russas, argumentando que os ataques poderiam levar a um aumento nos preços globais do petróleo e gerar represálias.
Apesar das pressões dos EUA, altos funcionários ucranianos defenderam os ataques, argumentando que as refinarias russas são alvos legítimos que fornecem recursos para a máquina de guerra de Putin.
Os ataques continuam a ocorrer, com refinarias como a Norsi ea Ryazan a reduzirem drasticamente sua produção.
Os preços do petróleo já subiram mais de 15% este ano, para mais de 85 dólares por barril. O risco de represálias russas contra infraestruturas energéticas essenciais preocupa os especialistas, o que poderia levar a um aumento ainda maior nos preços do petróleo e produtos refinados.
A Ucrânia parece determinada a continuar com sua estratégia, colocando não apenas a Rússia, mas também o mercado global de energia, em terreno instável.