‘Guerra ao plástico’ ameaça investimento da indústria petrolífera de 337,6 mil milhões

A guerra aos resíduos de plástico poderá acabar com a aposta multi-bilionária da indústria petrolífera que considera que o mundo continua a precisar de mais combustíveis fósseis para ajudar a produzir os petroquímicos utilizados nos plásticos, sugere o novo relatório do think tank Carbon Tracker e consultoria Systemiq.

As principais companhias petrolíferas, incluindo a Saudi Aramco e a Royal Dutch Shell, planeiam gastar cerca de 337,6 mil milhões de euros para ajudar a aumentar a oferta de plásticos virgens em um quarto, nos próximos cinco anos, para compensar o impacto dos veículos eléctricos e das tecnologias de energia limpa na procura de combustíveis fósseis.

De acordo com o ‘The Guardian’, dados da indústria previram que os plásticos serão o maior motor do crescimento da procura de petróleo nos próximos anos. Mas novos números sugerem que estes investimentos poderão ficar ‘encalhados’ à medida que os governos globais avançarem com planos para abolir os plásticos descartáveis e aumentar a reciclagem, no sentido de combater a poluição causada por plásticos.

O relatório do think tank Carbon Tracker e consultoria Systemiq concluiu que a procura de plásticos virgens pode atingir o seu pico em 2027, uma vez que o seu crescimento abranda de 4% ao ano para 1%, o que reforça a teoria de que a procura global de petróleo pode já ter atingido o seu pico no ano passado, em 2019.

“Retire o pilar de plástico que sustenta o futuro da indústria petrolífera e toda a narrativa de procura crescente de petróleo colapsa”, disse Kingsmill Bond, estratega de energia da Carbon Tracker, em declarações ao ‘The Guardian‘.

O relatório refere ainda que a “gigante” indústria do plástico é apelativa aos governos que querem reduzir a sua pesada pegada de carbono e combater o flagelo do plástico nos oceanos do mundo.

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