Grupo TAP paga 2,5 milhões de euros a sociedade de advogados da ministra da Justiça
Rita Alarcão Júdice viu a sua sociedade de advogados faturar o grupo TAP em mais de 2,5 milhões de euros, salienta esta segunda-feira o ‘Correio da Manhã’: em causa estão serviços prestados pela PLMJ Advogados, escritório do qual a ministra da Justiça foi sócia entre 2013 e 2023, à TAP, SA e TAP, SGPS, a sociedade de advogados que registou a faturação mais elevada com o grupo TAP, numa altura em que Júdice era cocoordenadora da área do Imobiliário e Turismo.
O relatório da Inspeção-Geral de Finanças à companhia aérea denuncia os valores cobrados pela PLMJ: entre 2015 e 2022, 2,066 milhões de euros dizem respeito à TAP, SA, sendo que os restantes 454 mil euros são da TAP, SGPS. Contactado pelo jornal diário, o ministério indica que a “senhora ministra da Justiça era advogada de imobiliário. Não esteve em nenhuma operação de venda ou de compra, ou sequer relacionada coma privatização”.
Entre 2005 e 2022, de acordo com a IGF, também a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Ramalho, recebeu verbas da TAP, SA: ao todo, 60.275 euros. O valor, sustentou a responsável do Governo, “corresponde a vários trabalhos escritos de consultoria jurídica que elaborou para essa empresa, no âmbito da sua atividade profissional, no período de 18 anos referido, ao exemplo do que fez também para outras inúmeras entidades”.
O grupo TAP tinha uma vasta lista de pagamentos a consultores: sociedades de advogados eram 24. Além da PLMJ, há dois outros grandes escritórios de advogados com faturações expressivas: a Cuatrecasas recebeu 1,42 milhões de euros e a Vieira de Almeida faturou 1,084 milhões de euros.