Gripe e Covid-19: Enfermeiros não conseguem registar doentes que já receberam as vacinas e denunciam “problemas de acesso” ao sistema informático
No arranque da Campanha de Vacinação Sazonal de Outono-Inverno 2024-2025, destinada a combater a gripe e a COVID-19, os profissionais de saúde enfrentam dificuldades técnicas significativas que estão a comprometer a eficácia do processo. Desde o primeiro dia da campanha, a 20 de setembro, os enfermeiros queixam-se de falhas no sistema central de registo SClínico, o que impede o correto registo dos doentes vacinados.
De acordo com Rui Cardeira, enfermeiro na Unidade de Saúde Familiar de Anta, parte da Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho, “o programa SClínico central, onde deveriam ser inseridos os dados dos doentes vacinados, não esteve a funcionar corretamente durante o primeiro dia da campanha, causando grandes dificuldades aos enfermeiros no registo dos doentes”. Este problema afeta não só o registo das doses administradas, mas também a convocatória dos pacientes para vacinação.
As falhas no sistema obrigaram os profissionais de saúde a recorrer a soluções temporárias. Segundo Cardeira, “os secretários técnicos e os enfermeiros estão a fazer os registos no SClínico normal, na esperança de que, dentro de alguns dias, os dados possam ser transferidos para o programa central, para que tudo fique devidamente registado”. Esta solução visa evitar que os doentes sejam convocados várias vezes ou vacinados em duplicado.
Apesar dos problemas técnicos, a campanha de vacinação tem sido marcada por uma forte procura por parte da população. Cardeira sublinha que “temos muitos utentes que nos perguntaram antecipadamente se íamos administrar a vacina da gripe e da COVID-19 e que, após a nossa confirmação, começaram a solicitar o agendamento”.
No entanto, reconhece que houve alguns problemas relacionados com a disponibilidade das vacinas para a COVID-19, mas assegura que “estas falhas serão rapidamente resolvidas, segundo as informações que nos foram dadas aquando do pedido de reforço de doses”. Cardeira salienta ainda que, ao contrário de anos anteriores, “o número de vacinas disponibilizadas este ano para os centros de saúde é adequado, mesmo com o aumento da procura”.
Em relação ao problema do sistema SClínico, Rui Cardeira manifesta esperança de que “os problemas de acesso ao SClínico central sejam rapidamente solucionados, de modo a agilizar a campanha de vacinação”. A resolução destes problemas técnicos é fundamental para garantir que os dados de vacinação sejam devidamente registados e que a campanha possa decorrer sem mais contratempos.
Este início turbulento da campanha evidencia a importância de um sistema de registo de saúde eficiente e funcional, especialmente num momento em que a vacinação contra a gripe e a COVID-19 continua a ser uma prioridade de saúde pública.