Greve nacional de professores e educadores esta sexta-feira promete encerrar escolas em todo o País. Segunda-feira é a vez de pararem os funcionários não docentes

Esta sexta-feira é dia de greve nacional de professores, convocada pela plataforma que integra nove estruturas sindicais do setor (ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU), e há estabelecimentos de ensino que, perante a paralisação, poderão não abrir portas nesse dia. Depois, na segunda-feira, é dia de greve dos trabalhadores não docentes, que também pode comprometer o funcionamento das escolas.

À Executive Digest José Feliciano Costa, secretário-geral adjunto da fenprof, adianta que “a luta não vai parar” e que, naturalmente os professores continuaram em protestos e greves, sendo que novas datas de paralisação só serão conhecidas após a discussão do Orçamento do Estado para 2024.

Ainda, a Executive Digest teve acesso a uma nota, enviada pela direção aos pais e encarregados de educação de um estabelecimento de ensino em Lisboa, a alertar para esta possibilidade.

“Vimos informar que em virtude de estar convocada uma greve do pessoal docente par o dia 06 de outubro de 2023, poderá não ser possível assegurar o normal funcionamento da escola”, lê-se na missiva.

Esta greve ocorre no âmbito da Semana Europeia dos Professores, sendo que as mesmas estruturas sindicais organizaram uma série de iniciativas, como a discussão e entrega de uma moção ao primeiro-ministro, inauguração de outdoors para denunciar a falta de professores nas escolas, e inauguração de uma estátua “A Professora”, da autoria de Francisco Simões, professor e escultor.

Perante as recentes declarações do primeiro-ministro António Costa, que em entrevista à CNN disse ser “insustentável” a recuperação integral do tempo de serviço congelado aos professores, o secretário-geral adjunto da Fenprof, José Feliciano Costa, diz à Executive Digest que a classe está preparada para continuar a lita, perante a “teimosia” do líder do Governo.

“Vamos entregar uma moção e o que vamos sustentar é que, diga o primeiro-ministro o que disser, o tempo de serviço dos professores vais e recuperado, porque nós não vamos desistir. E na sexta-feira essa grande resposta vai ser dada. Uma greve que terá uma grande adesão dos professores, e será o corolário desta primeira semana de luta”, indica o responsável sindical.

“Os professores estão preparados para o que vier a seguir, que é a discussão do Orçamento do estado. E se não contemplar as nossas pretensões, a luta vai continuar”, indica à Executive Digest José Feliciano Costa, adiantando que ainda não estão decididas datas de novas greves.

Vamos esperar até a entrega da proposta do Orçamento do Estado, e estaremos na Assembleia da República nesse dia, em protesto, o que fizermos a segui, será luta de certeza, mas os moldes em que o vamos fazer é uma decisão ainda a tomar”, termina.

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, lamentou hoje também a “teimosia e obstinação” do primeiro-ministro, que acusa de ter “um ódio de estimação pelos professores” e de ser o “responsável maior” pela instabilidade e intranquilidade nas escolas.

“Tinha o caminho do diálogo ou do confronto, e optou pelo confronto. É o que quer, é o que terá: os professores vão continuar a lutar pelo que é justo e o primeiro-ministro António Costa pode pintar o quadro da cor que quiser, até fazer o pino: os 6 anos, que os professores cumpriram a trabalhar, vão recuperá-lo, e vão lutar ate ao último dia para termos uma negociação, que tenha faseamento, suportável financeiramente, que não ponha em causa as contas do País, que é possível”, apontou Mário Nogueira

Trabalhadores não docentes em greve segunda-feira

Pode acontecer que, também na segunda-feira, tenha os filhos em casa, isto porque há feriado do 5 de outubro, greve de professores que pode fechar escolar e paralisação de trabalhadores não docentes nas escolas, que pode também levar os espaços a não abrir portas.

A paralisação de segunda-feira foi anunciada pelo Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação (SINAPE), pela valorização das profissões.

No pré-aviso de greve, distribuído pelo sindicato antes de uma reunião negocial com o Ministério da Educação, o SINAPE afirma que se assiste desde 2010 “a uma desvalorização salarial destes profissionais da educação”.

“Viram as suas tabelas ‘engolidas’ pelo ordenado mínimo nacional, sem que existisse uma reestruturação das carreiras”, lê-se no documento.

A paralisação acontece três dias após a greve de professores convocada para sexta-feira pela plataforma de nove organizações sindicais, que inclui as federações nacionais dos Professores e da Educação (Fenprof e FNE) e da qual também o SINAPE faz parte.

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