Greve dos motoristas pode deixar supermercados sem comida em “dois ou três dias”

O anúncio da greve dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas está a ser recebido “com cautela” pela Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, que admite a possibilidade de prateleiras vazias. “Se houver uma perturbação na distribuição e se o stock é infinito, é óbvio que vamos ter consequências em loja”, disse o diretor geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, em declarações ao Expresso.

Num par de dias, as prateleiras podem ficar despidas, começando logo pelas frutas e legumes, distribuídos diariamente, e que são impossíveis de armazenar. “A área mais crítica é a dos frescos”, assume o responsável, seguindo-se depois o leite e os seus derivados, como manteiga, iogurte e queijo. “Em dois, três dias, deixa de ser possível assegurar a sua refrigeração”, explica Maria Cândida, engenheira da Associação Nacional dos Industriais de Laticínios.

Apesar de um cenário problemático, os responsáveis ouvidos pelo semanário pedem calma, para que se evite uma corrida aos supermercados que os esvaziem antes de qualquer rutura. “Acredito mesmo na capacidade negocial”, garante Lobo Xavier. O responsável pelas maiores cadeias de distribuição quer que se “insista na solução dos serviços mínimos” e no trabalho de sensibilização do Governo e dos Sindicatos.

Recorde-se que, em 2008, a greve dos motoristas paralisou parte do país. Bastaram três  dias, entre 9 e 11 de Junho, para que faltasse fruta, batata, cebola e outros legumes. Os grandes grupos, como a Mosqueteiros, Auchan e Jerónimo Martins reuniram-se de emergência  e chegaram a ponderar o racionamento.






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