Greve de professores na reta final: Hoje chega a Aveiro e há concentração às 15h00 na Praça da República

Depois de ter começado no Porto, e passado por Viseu, Vila Real, Viana do Castelo, Setúbal, Santarém, Portalegre, Leiria, Guarda, Faro, Évora, Coimbra, Castelo Branco, Bragança, Braga e Beja a ronda distrital de greves de professores, na sua fase final, chega esta quinta-feira a Aveiro, penúltima paragem: o protesto foi convocado pela ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU, na sequência da consulta que realizaram aos docentes.

A greve, que se iniciou no primeiro dia de aulas após a interrupção letiva da Páscoa, termina a 12 de maio em Lisboa – pelo meio, a greve percorrerá o país por ordem alfabética inversa à da primeira greve distrital, indo de Viseu até Aveiro. Em todos os distritos, os professores serão convocados para se concentrarem num local.

Segundo os sindicatos aderentes ao protesto, há duas concentrações previstas: a primeira será às 12h00 horas, frente à Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, e a segunda pelas 15h00 horas, com docentes de várias escolas do distrito a concentrarem-se na Praça da República.

Será uma greve diferente da anterior, pois pretende-se evitar que o Ministério de Educação. possa, como tem feito, requerer serviços mínimos e, dessa forma, atrapalhar a sua realização, criar um clima de intimidação nas escolas, impedir professores de fazer greve e gerar a confusão nas escolas. Assim:

– em vez de um pré-aviso de greve para os 18 dias úteis ou de 18 pré-avisos, um por cada dia, serão entregues 162 avisos prévios de greve, um por cada uma das 9 organizações, para cada um dos dias, apresentados em dias diferentes;

– a greve terá início às 12 horas prolongando-se até final do dia, o que retira a possibilidade de serem requeridos serviços mínimos, sob pena de a greve estar a ser inviabilizada;

– em cada distrito, às 12 horas, estejam os professores a desenvolver que atividade for, ela deverá ser interrompida, os professores entrarão em greve e as escolas deixarão de desenvolver toda e qualquer atividade;

Veja o calendário das greves por distrito:

Maio
11 – Aveiro
12 – Lisboa

Os docentes contestam as propostas do Ministério da Educação para os concursos e reivindicam a resolução dos “problemas que desvalorizam a profissão”.

No entanto, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) manifestou-se preocupada, não com os efeitos que as sucessivas paralisações possam ter no aproveitamento dos alunos, mas sim com a falta de docentes, até porque foram decretados serviços mínimos para a paralisação.

Filinto Lima, presidente da ANDAEP, explicou, em entrevista à SIC, que “os alunos não estão a ter aquelas consequências ao nível das aprendizagens que muitas vezes se vê na opinião pública” e que “a grande instabilidade tem a ver mais com a vida dos pais”.

Por outro lado, o responsável destacou que há 18 mil alunos, já identificados pelo Ministério da Educação, sem professores a pelo menos uma disciplina, desde início do ano letivo. “Essa é que deve ser a grande preocupação”, apontou Filinto Lima.

“A escassez de professores é um problema que eu penso que poderá ser a próxima pandemia em Portugal. Não há professores, não há jovens que queiram seguir a carreira docente e há muitos professores que estão a aposentar-se”, alertou o presidente da ANDAEP.

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