Greve de amanhã ameaça encerrar escolas. “Pais devem ter um plano B”, avisam os diretores
Prevista para amanhã, a greve da Administração Pública, convocada pela CGTP, conta com a adesão da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e pode ter implicações diretas no funcionamento das escolas. Além dos docentes, os não docentes e funcionários escolares também poderão aderir à paralisação, pelo que é expectável que vários estabelecimentos de ensino não abram portas esta sexta-feira.
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), antecipa ao Diário de Notícias algumas dificuldades, especialmente nas escolas de pré-escolar e 1.º ciclo. “Estas greves perturbam muito mais as escolas de 1.º ciclo e pré-escolar porque há menos funcionários e apenas um professor por cada turma e facilmente as escolas fecham”, explica.
Já a Federação Nacional de Professores (Fenprof) considera que esta paralisação respeita o disposto no artigo 57.º da Constituição da República Portuguesa, pelo que não irá existir “fixação de serviços mínimos”. Segundo Filinto Lima, cabe a cada diretor de escola decidir sobre o encerramento ou não do estabelecimento, considerando o grau de adesão à greve.
Questionado sobre o momento da greve, ainda em fase de negociações entre o Ministério da Educação e os sindicatos, o presidente da ANDAEP acredita que a paralisação pode fortalecer as negociações em curso. “Estamos a meio das negociações com o ME. Foram feitas duas reuniões, no total de quatro, e há opiniões sindicais diferentes”, adianta.
Filinto Lima lamenta a falta de união entre os sindicatos, que considera prejudicial para a classe docente. “Desde o início desta luta que os sindicatos sempre demonstraram desunião e isto enfraquece a luta dos professores”, sustenta. O representante dos diretores escolares destaca os pontos fortes da luta dos professores e apela a cedências por parte do Ministério da Educação e do Ministério das Finanças.
Por sua vez, várias escolas estão a alertar os encarregados de educação para a possibilidade de encerramento devido à greve. O Agrupamento de Escolas da Lousã, por exemplo, informou através do seu site sobre os possíveis constrangimentos e recomenda aos encarregados de educação que se certifiquem das condições de funcionamento das escolas antes de deixarem as crianças.
Filinto Lima também aconselha os pais a estarem preparados para possíveis encerramentos, especialmente nas escolas de pré-escolar e 1.º ciclo. “Os pais devem ter um plano B para esta situação”, sublinha.