Greenvolt prevê crescer 40% ao ano até 2025
Em comunicado, a empresa do grupo Altri adiantoy que, “além da aquisição da referida participação [cujo valor não foi divulgado], a Greenvolt garante também a opção de adquirir a totalidade do capital social da empresa em 2024”.
Na semana passada, através de um comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), a empresa liderada por Manso Neto manifestou a intenção de lançar uma oferta particular de subscrição de obrigações com valor global mínimo indicativo de 75 milhões de euros.
O BIG e o Haitong Bank são os mandatários da operação.
Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 248.º-A do Código dos Valores Mobiliários, a Greenvolt – Energias Renováveis, S.A. (“GreenVolt”) informa que, na prossecução da sua estratégia financeira e foco na diversificação de fontes de financiamento, mandatou o Banco de Investimento Global, S.A. e o Haitong Bank, S.A., como coordenadores globais conjuntos de uma potencial oferta particular de subscrição de obrigações com valor global mínimo indicativo de 75.000.000 euros (as “Obrigações”), a realizar nas próximas semanas”, pode ler-se no comunicado enviado à CMVM.
Esta notícia surge praticamente um mês depois de a empresa subsidiária da Altri para o setor das energias renováveis se ter estreado no principal índice bolsista nacional, o PSI20, que passou a contar com 19 empresas.
O anúncio da inclusão da empresa liderada por João Manso Neto no PSI20 foi conhecido no dia oito, quando a Euronext Lisboa fez a revisão trimestral dos resultados do índice, depois de a empresa ter entrado em bolsa no dia 15 de julho.
Aquando da cerimónia de entrada em bolsa da empresa, no dia 14 de julho, o presidente João Manso Neto já tinha anunciado a intenção de entrar no PSI20 a partir de setembro.
“Temos a pretensão de logo que possível – e logo que possível tem de ser setembro porque não pode ser antes – de aderir ao PSI20. Isso aí é ponto de honra. Queremos fazê-lo e muito rapidamente”, disse Manso Neto na sessão de admissão em bolsa que decorreu na Euronext Lisboa, referindo-se ao principal índice da praça lisboeta.
A Greenvolt – Energias Renováveis, S.A. definiu o preço da Oferta Pública Inicial (IPO) para novas ações em 4,25 euros cada, segundo uma nota da empresa enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários em julho.
Em junho, a empresa tinha anunciado uma IPO de cerca de 150 milhões de euros dirigida a investidores qualificados, com aumento de capital reservado adicional e simultâneo de 56 milhões de euros como contrapartida da aquisição da polaca V-Ridium.
A este processo seguiu-se o anúncio do registo do aumento do capital social de 70 milhões de euros para 247.599.998,75 euros, com a emissão de 41.788.235 novas ações ao preço de subscrição de 4,25 euros.
Posteriormente, em 26 de julho, foi anunciado que a empresa iria aumentar o capital em mais de 19,4 milhões de euros com emissão de novas ações, depois de os ‘managers’ terem exercido a ‘greenshoe option’ de 4.588.235 ações, com um preço de 4,25 euros cada.
Em 27 de julho, o capital social da Greenvolt passou a ser de 267 milhões de euros.
A entrada da Greenvolt no PSI20 culmina meio ano de anúncios da subsidiária da Altri, desde a inclusão de João Manso Neto nos seus quadros até à entrada em bolsa, em 15 de julho.
Foi no dia 18 de março que a Altri, empresa controlada por Paulo Fernandes (que também lidera o grupo de comunicação social Cofina), anunciou que estava a estudar a admissão em bolsa da Greenvolt.
A este anúncio juntou-se a revelação de que a empresa de energias renováveis tinha contratado João Manso Neto, ex-administrador executivo da EDP e ex-presidente executivo da EDP Renováveis, para ser presidente executivo da Greenvolt.
Manso Neto acabou por abdicar de um acordo com a EDP que previa o pagamento de 560 mil euros por ano até 2023, num total de cerca de 1,7 milhões de euros, para impedir que fosse trabalhar para a concorrência.
No anúncio de 18 de março, a Greenvolt disse ter “um ambicioso projeto de expansão nacional e internacional”, pretendendo “consolidar a sua posição de liderança no mercado nacional e afirmar-se como um ‘player’ de referência a nível internacional, no mercado das energias renováveis”.
Além do segmento principal da biomassa e do florestal, que “continuará a ser o ‘core business’ [negócio principal] da sociedade”, a Greenvolt pretende também implementar “modelos inovadores” na energia solar e eólica.
A Greenvolt “tem atualmente em funcionamento cinco centrais de produção de energia termoelétrica a partir de biomassa florestal, com cerca de 97 MW de potência instalada”, refere a Altri, salientando que a criação da empresa permite ao grupo “consolidar a sua estratégia de integração entre a fileira florestal produtora de biomassa e a produção de energia a partir deste recurso renovável”.
Entretanto, a Greenvolt já comprou percentagens de empresas europeias e uma central no Reino Unido.
No primeiro semestre, os lucros da empresa caíram 82,3%, para um milhão de euros, com o impacto das paragens para manutenção nas centrais de biomassa em Portugal e da aquisição da britânica Tilbury.