Grande parte da frota do Comando Metropolitano de Lisboa está ‘encostada’ e dada como inoperacional em protesto espontâneo da polícia

A Assembleia da República foi palco de um protesto da polícia, que se prevê durar pelo menos 24 horas: a iniciativa, segundo a ‘RTP’, resultou da ação espontânea de um polícia, ao qual se foram juntando mais profissionais como forma de solidariedade. O protesto não se estendeu ao Parlamento: os agentes têm encostado as viaturas ao longo do dia, dando como inoperacional grande parte da frota de viaturas do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) da PSP.

Cerca de 200 agentes estiveram presentes na vigília na passada madrugada, com Pedro Costa, o autor da ação, a continuar sozinho o resto do dia: o polícia protesta contra o que considera serem “salários low cost indignos e injustos”.

O protesto contou com o apoio do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícias, cujos responsáveis acusam de um tratamento desigual e discriminatório devido ao subsídio de risco atribuído apenas à Polícia Judiciária e que excluiu elementos da PSP e GNR.

Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), indicou que o “movimento está a alastrar a todo o Comando de Lisboa. Os agentes encostaram as viaturas, dando-as como inoperacionais, em protesto. A situação começa a ser preocupante”, sustentou.

“Há problemas graves na instituição que é preciso resolver”, sustentou o responsável, garantindo que este protesto “evidencia o que alguns polícias atravessam”

Também Pedro Carmo, presidente da Organização Sindical dos Polícias, em declarações à ‘Executive Digest’, indicou que “damos todo o nosso apoio e desde já informaremos os polícias, caso o movimento continue, que daremos as condições para podermos demonstrar a nossa insatisfação. A desigualdade de tratamento um dia tinha de despoletar ações. Todos os dias somos oprimidos e desconsiderados. Um dia tinha de se expressar ‘um basta’. A forma diferenciada como o Governo tratou a polícia no subsídio de missão e risco foi a machadada final”, concluiu.

Segundo um dos sindicatos, às 18h30 havia “carros de patrulha inoperacionais” nas divisões da Polícia de Segurança Pública da Amadora, Loures, Odivelas, Sinta, Cascais e Oeiras e em duas divisões de Lisboa.

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, confirmou à Lusa que os carros de patrulha da PSP estão parados às portas as esquadras, sendo um protesto que não está a ser organizado pelos sindicatos e que surgiu de forma espontânea entre os polícias.

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