Governo sem contemplações: em quatro meses houve 90 mudanças de altos cargos do Estado
Desde o início de funções, o Governo já levou a cabo 90 mudanças de altos cargos do Estado, revelou esta segunda-feira o jornal ‘Expresso’: em quatro meses, foram desencadeados 23 concursos para dirigentes na Administração Pública (metade de todos os solicitados em todo o ano de 2023) e solicitados 67 pareceres para a nomeação de gestores públicos.
Os dados são da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP), a entidade responsável por realizar concursos para selecionar candidatos a cargos de direção superior da Administração Pública. “Relativamente aos concursos de 2024, podemos informar que, de abril até ao final de agosto, foi solicitada a abertura de 23 concursos”, informou a CRESAP, salientando que “quanto à respetiva abertura, o número será bastante inferior [aos 23] porquanto os concursos só se consideram abertos quando o respetivo aviso de abertura é publicado em Diário da República e há uma série de trâmites procedimentais anteriores”.
O Governo de Luís Montenegro tem vindo a mudar vários responsáveis de entidades do Estado, sem esperar por concurso, nomeando os substitutos que depois são candidatos a concursos: os mais recentes estão para presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social (após a saída da Ana Vasques) ou para a Agência para a Modernização Administrativa (a equipa de João Dias foi afastada). Também o INEM, depois da saída de Luís Meira e a recusa de Vítor Almeida, vai ver abrir em breve o concurso para presidente.