Governo quer restringir furos no Alentejo e no Algarve, devido à seca extrema

Ministro do Ambiente falou sobre a situação de seca que afecta o país. Alentejo e Algarve são as regiões mais problemáticas, com zonas já em seca extrema.

João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, vai propor restrições à possibilidade de fazer furos para captação de água em zonas do Alentejo e do Algarve, devido à seca. A iniciativa foi avançada, esta quarta-feira de manhã, na Renascença.

“Nós vamos, hoje, sob proposta nossa, limitar severamente a possibilidade de fazer furos para captação de água nas zonas mais críticas: oito bacias no Algarve e duas na bacia do Guadiana, portanto, no Alentejo interior”, afirmou João Pedro Matos Fernandes. “Temos mesmo de o poder limitar [os furos] e temos de encontrar, com os agricultores sobretudo, novas soluções para o abeberamento de gado”, acrescentou Matos Fernandes.

Convidado do programa “As Três da Manhã”, da Renascença, o ministro do Ambiente explica que “este ano foi um ano em que, de forma muito evidente, a chuva se distribuiu de maneira muito heterogénea no país”.

“Nós não temos qualquer problema de seca acima do rio Tejo – a que temos é absolutamente marginal e com a chuva dos últimos dias terá desaparecido – mas a sul do Tejo tem chovido muito pouco” e “temos uma situação que preocupa”, com “o nível médio das albufeiras ao nível de há dois anos”. Por isso, “já temos preparada, caso haja necessidade, a ligação de uma albufeira que normalmente não é usada para o consumo de água, que é a albufeira do Funcho”, avança.

De acordo com índice meteorológico de seca (PDSI) disponibilizado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no final de setembro, 48,4% de Portugal continental estava em seca moderada, 32,7% em seca severa, 15,4% em seca fraca e 3,4% em seca extrema.

O IPMA indica que no final de setembro manteve-se a situação de seca meteorológica, verificando-se um aumento da área em seca moderada nas regiões do Norte e Centro e uma diminuição da área em seca extrema na região sul.

A falta de chuva colocou dez barragens no vermelho, todas localizadas na região do Alentejo. Segundo o Correio da Manhã, a situação mais complicada é a de Abrilongo, na bacia hidrográfica do Guadiana, com apenas 2%. Na mesma bacia, Lucefécit regista 5%, Caia 13% e Vigia 11%. Na bacia do rio Tejo figura Divôr (6%). As outras cinco são na bacia do rio Sado: Monte da Rocha (8%), Pêgo do Altar (11%), Rôxo (17%) e Vale de Gaio (19%).

No conjunto das 59 barragens monitorizadas pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, da Agência Portuguesa do Ambiente 27 tinham disponibilidades hídricas abaixo dos 40%.

 

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