Governo prevê investimento de 500 milhões por ano na prevenção de incêndios rurais
O Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais (PNGIFR), publicado esta terça-feira em Diário da República (DR), implicará um investimento, público e privado, de 500 milhões de euros por ano na prevenção de incêndios rurais.
O PNGIFR, que abrange o período 2020-2030, é composto por dois documentos: a Estratégia 20-30 e a sua cadeia de processos, bem como o programa de acção. O documento publicado em DR é o primeiro destes, que identifica os
dois eixos considerados fundamentais para a redução do impacto dos incêndios rurais: a gestão de fogos rurais e a proteção contra incêndios rurais.
Este plano estabelece, segundo o Executivo, um novo modelo de governação e gestão do risco, com articulação entre entidades públicas e privadas de diversos sectores e a diferentes escalas territoriais e um sistema de monitorização e avaliação de indicadores, designando por Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
Por outro lado, o Governo prevê, com o investimento realizado, reduzir para metade a área anualmente ardida em fogos rurais e diminuir os danos provocados por «eventos graves». Para tal, «será necessário adoptar uma perspectiva de desenvolvimento integrado e articulado entre as entidades através do investimento em recursos humanos, tecnologia, sistemas, comunicação, infraestruturas e incentivos», refere o Ministério do Ambiente e Ação Climática em comunicado, estimando que destes investimentos resultem na criação de cerca de 60 mil postos de trabalho até 2030 (directos e indirectos) nas áreas rurais.
Maioria dos incêndios têm origem humana
A tutela adianta ainda que, nos últimos dois anos, observou-se uma diminuição de 47% de ignições, face ao período
2008/17, e uma diminuição de 69% de área ardida, comparando com a média 2008/17. Salienta também a passagem no período de 2008/17 de 139 incêndios anuais com mais de 100 hectares (ha) para 40 em 2018/19 e de 17 incêndios anuais com mais de 1000 ha para 2 em 2018/19.
No entanto, avisa, «o perigo de incêndio é real e exige alterar comportamentos». Assim, defende que «os proprietários devem ser motivados a associarem-se e a gerirem activamente o seu património florestal e agrícola, que representa 97% do país» e a população, em geral, tem «de mudar radicalmente o seu comportamento perante o uso do fogo». «Os números falam por si: 98% dos incêndios têm origem humana, 85% Incêndios começam a menos de 500 metros de uma estrada ou de áreas habitadas ou cultivadas e mais de 60% são resultado de fogueiras, queimas e queimadas mal realizadas.»
*Notícia actualizada às 11:55