Governo deve “deixar as empresas ganharem dinheiro”, defende o Presidente da AIP

As Micro e as Pequenas e Médias Empresas (PME) assumem um papel preponderante no tecido empresarial nacional e para a economia portuguesa.

Segundo os dados disponíveis na Pordata referentes ao ano de 2023, estavam registadas 1.357.657 PME em Portugal, que representam 99,9% do tecido empresarial nacional. Destas, 96% são microempresas, 3,3% pequenas empresas e apenas 0,6% são médias estruturas.

“O peso que as PME’s e as micro empresas têm no tecido empresarial português, justificam a criação de um dia para as assinalar. Esse dia deveria servir para refletir sobre a sua importância na economia nacional, e os problemas que enfrentam”, disse à Executive Digest o Presidente da Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), José Eduardo Carvalho, quando se comemora o Dia Internacional das Micro e PME.

José Eduardo Carvalho detalha que, num universo de 496 mil sociedades (empresas), existem 1.342 grandes e 7.303 médias. As micro e as pequenas são 488.207 empresas (98,3%). O seu peso no volume de negócios nacional é de 36% e empregam 1.634.832 trabalhadores (51%). “Estes números, permite-nos refletir sobre a produtividade na estrutura empresarial e sobre a competitividade da economia nacional”.

“Se evoluirmos na escala e no dimensionamento das empresas a economia nacional sairia beneficiada? Pagaríamos melhores salários? Aumentaríamos a base e a intensidade exportadora? Reforçaríamos a relação empresas/universidades/produção e transferência de conhecimento para o mercado?”, questiona. E responde: “Eu acredito que sim”.

Com a recente entrada em funções do novo Governo, o Presidente da AIP-CCI foi questionado sobre que medidas considera fundamentais para apoiar as empresas portuguesas. “A primeira medida, é deixar as empresas ganharem dinheiro. É a base da capitalização, do reforço e da robustez dos balanços, da rentabilidade de conta de exploração, da valorização salarial e do investimento”.

De seguida, defende que se devem “assegurar condições de concorrência e não interferir abusivamente na gestão das empresas, nomeadamente através das matérias laborais. Por último, melhorar a competitividade fiscal do país e implementar algumas políticas públicas, que permitam o redimensionamento empresarial e a capitalização das empresas”.

Já no que respeita aos principais entraves para o crescimento das empresas portuguesas, José Eduardo Carvalho enumera:  cultura empresarial refratária a processos de concentração e redimensionamento; deficiente desenho de instrumentos de capitalização que financie essa concentração; política fiscal que não incentiva as fusões e aquisições, e deficiente qualidade de gestão.

 

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