Governo britânico perde o rasto de milhares de migrantes que pretende enviar para o Ruanda

O Reino Unido perdeu o rasto de milhares de migrantes destinados a serem deportados para o Ruanda, poucos dias depois de ter aprovado o plano no Parlamento britânico: de acordo com dados do Ministério do Interior, foram identificados mais de 5.700 migrantes para expulsão, mas quase metade não podem ser localizados.

Os migrantes identificados para deportação chegaram todos ilegalmente ao território britânico, a maioria em pequenos barcos através do Canal da Mancha, entre janeiro de 2022 e junho de 2023.

No entanto, dos 5.700 migrantes identificados, apenas 2.145 permanecem em contacto com as autoridades e podem ser localizados para detenção. As autoridades britânicas alegaram que os restantes 3.557 não fugiram necessariamente, mas também não estão sujeitos a quaisquer restrições ou controlos, o que os torna difíceis de localizar.

Os incentivos – como alojamento gratuito e um subsídio semanal de cerca de 57 euros – tinham sido invocados para dissuadir os migrantes de fugir, mas, com a ameaça iminente de deportação para o país africano, estes incentivos podem revelar-se insuficientes.

De acordo com o jornal ‘The Guardian’, está em curso uma operação de detenção surpresa em todo o país e que os migrantes deverão ser retidos em centros, para aqueles destinados a serem deportados para Ruanda.

Segundo o Governo britânico, liderados pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, os primeiros voos deverão descolar dentro de cerca de 10 ou 12 semanas, embora a promessa inicial seja de que o farão na primavera.

As travessias do Canal da Mancha continuam e mais de 7.000 migrantes chegaram ao Reino Unido este ano, um novo recorde para os primeiros quatro meses de um ano civil. Cerca de 500 cruzaram o Canal só na passada sexta e sábado, elevando o total provisório até à data em 2024 para 7.167, número que supera o recorde anterior de 6.691 de janeiro-abril de 2022 e já superou os 5.946 dos primeiros quatro meses do ano passado.

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