Gestores do BCE seguem à risca o ditado “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”

Os cérebros do Banco Central Europeu (BCE) têm, no geral, demonstrado uma capacidade para guiar e controlar o investimento no mercado europeu. Porém, quando a conversa é sobre as suas próprias carteiras de investimento o assunto muda de figura.

Uma análise detalhada das declarações dos membros do Conselho de Governo e de Supervisão do BCE, realizada pela Bloomberg, revela que grande parte destes executivos na sua vida pessoal mantém quase metade dos seus investimentos privados em ativos considerados “medianos” de acordo com uma uma escala de sustentabilidade concebida pela MSCI.

A mesma pesquisa revela que apenas um quarto dos títulos ou do capital próprio destes gestores está  relacionado com o investimento verde ou  com empresas com políticas sociais fortes, como a defesa da igualdade de género no locar de trabalho, por exemplo.

Está claro que nem todos os empreendedores podem abandonar de repente as suas participações sociais em empresas danosas para o ambiente ou para os direitos humanos – e prova disso foi o longo processo de abandono de investimento em combustíveis fósseis realizado por Bill Gates.

No entanto, como lembra a Bloomberg, seria bom que as vozes da decisão do BCE agissem na sua vida financeira particular, da mesma maneira que controlam a dos outros.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, já manifestou “todo o seu apoio aos esforços da União Europeia para a transição de uma economia mais amiga do clima e promoveu a igualdade de direitos entre homens e mulheres no local de trabalho”, quando assumiu o cargo em 2019.

Depois de convencer Bruxelas, conseguirá a líder do BCE converter os seus funcionários a um  investimento mais ético?

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