Gelo deixa milhares de carros presos em autoestradas na China nas vésperas do Ano Novo

Milhares de automobilistas ficaram retidos em autoestradas do centro da China devido à neve intensa que dificultou as deslocações durante as vésperas do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas.

Imagens aéreas mostram longas filas de trânsito na província de Hubei, na noite de segunda-feira. Cerca de 4.000 veículos ficaram retidos devido ao gelo, disse um funcionário da província, citado pela televisão estatal CCTV.

Espera-se que os engarrafamentos sejam resolvidos hoje.

Prevê-se que a neve intensa, invulgar no centro da China, se prolongue até quarta-feira.

Milhões de pessoas estão a regressar a casa para o Ano Novo Lunar. Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e começa este ano a 10 de fevereiro, sob o signo do Dragão, um dos doze animais do milenar zodíaco chinês.

No total, as autoridades esperam 9.000 milhões de deslocamentos internos.

O aeroporto de Wuhan, a capital de Hubei, fechou temporariamente as pistas várias vezes devido ao gelo. Alguns voos e comboios foram cancelados, deixando os viajantes retidos durante horas.

Uma pessoa morreu e 13 outras ficaram feridas na província vizinha de Hunan, na segunda-feira, depois de um telhado ter desabado numa feira de produtos agrícolas, na sequência de uma forte queda de neve, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Segundo a Xinhua, estão a ser enviadas para Hunan colchas de algodão e outros artigos de socorro.

São esperadas nove mil milhões de viagens internas durante a semana de feriados.

Os atrasos também têm sido norma em estações de cidades como Nanjing e Cantão, no sul, deixando multidões e passageiros retidos durante mais de dez horas à espera para apanhar outro comboio, segundo a imprensa local.

De acordo com o jornal The Paper, alguns passageiros tiveram de esperar mais de 20 horas para viajar entre cidades, embora em alguns casos os comboios tenham sido cancelados sem oferecer alternativas, deixando as pessoas completamente bloqueadas.

Noutras estações, como Nanchang e Hefei, no leste do país, foram criadas zonas de espera adicionais devido aos atrasos, a fim de tornar a espera mais agradável e evitar a sobrelotação.

Em Pequim, os horários e o serviço nos balcões das estações foram alargados para facilitar os reembolsos e as trocas de bilhetes para aqueles que têm de suspender as viagens devido ao mau tempo.

A imprensa local referiu que desde 2008 que as previsões meteorológicas não eram tão más durante o período de pico das viagens do Ano Novo Lunar, que decorre até 5 de março.

As celebrações deste ano são particularmente importantes porque são as primeiras desde que a China flexibilizou e depois levantou a dura estratégia ‘zero covid’, que durante três anos dificultou as deslocações internas.

Durante uma semana, o país mais populoso do mundo ficará paralisado e centenas de milhões de pessoas visitarão a respetiva terra natal, para dar as boas-vindas ao novo ano, de acordo com as tradições ancestrais, no que é conhecida como a maior migração interna do planeta.

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