Ganhar em bolsa à custa do Covid-19. Especuladores na mira dos reguladores dos mercados

À luz da rápida propagação do Covid-19 pelo mundo fora e do impacto devastador que vai tendo em alguns setores de atividade, os mercados passam, a partir de agora, a ter novas regras, mais apertadas para os especuladores. Estes passam a ser obrigados a divulgar as posições que assumem nas empresas, noticia o Expresso.

Esta decisão, tomada pela ESMA, entidade reguladora da União Europeia dos mercados de capitais, aponta que qualquer entidade que tenha interesses a descoberto, ou seja, posições em que se aposta na queda das ações, acima de 0,1% do capital de uma empresa, tem agora de reportar às autoridades nacionais.

Até aqui, a exigência era de 0,2%, sendo que tornava-se público “short selling” acima de 0,5%.

A ESMA vem ainda dar nota de que, com a pandemia de Covid-19 a ter “graves efeitos adversos sobre a economia real e os mercados financeiros da UE”. desde 20 de fevereiro, as bolsas resvalaram já 30%.

Tendo em conta que “há o risco claro de a tendência negativa continuar nos próximos dias e semanas”, e de tal comportamento prejudicar o mecanismo de formação dos preços, o regulador atua sobre as vendas curtas – “que podem contribuir para acelerar a volatilidade dos preços e exacerbar as perdas dos mercados”, reforça a entidade

Apesar de haver já reguladores de países europeus, como Espanha e Itália, a impor limites de um dia desta prática, a ESMA considera que, baixando os requisitos para a divulgação destas posições curtas, “assegura que todas as autoridades nacionais e a ESMA têm os melhores dados disponíveis para monitorizar as tendências de mercado e permite-lhes, se for o caso, tomarem medidas adicionais”.

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