Galp cria empresa dedicada ao autoconsumo de energia solar. Projecto-piloto já conta com 200 clientes

Impulsionar o mercado de autoconsumo solar é o objectivo da Galp ao criar uma nova empresa sob a marca EI – Energia Independente. No âmbito da estratégia de transição energética, a mais recente novidade da companhia portuguesa liderada por Carlos Gomes da Silva foca-se na geração descentralizada de energia fotovoltaica 100% renovável. O projecto-piloto da empresa já conta com 200 clientes.

Dirigida a todos os públicos – empresas e famílias – da Península Ibérica, a Energia Independente compromete-se a apoiar os seus clientes na produção própria de electricidade através de painéis solares, com um retorno de 15% a 25%. A nova empresa propõe também a recuperação do investimento entre 4 e 7 anos.

“Uma nova empresa para uma nova era de energia solar” é o mote da EI, detida a 100% pela Galp. O projecto tenciona também «abrir os olhos do público» e «converter» o maior número de pessoas, conforme referiu o CEO da empresa, Ignacio Madrid, na conferência virtual de apresentação da Energia Independente, esta quinta-feira, à qual a Executive Digest assistiu.

De acordo com Ignacio Madrid, o factor diferenciador da empresa é a rentabilidade, que recorre ao uso de tecnologia. Trata-se, assim, de um «negócio super rentável», que analisa os telhados mais «interessantes» do ponto de vista de energia solar.

De facto, na base do projecto, sustentado em tecnologia e dados, está um sistema que permite identificar detalhadamente o potencial de cada telhado e monitorizar continuamente o seu desempenho. Desta forma, fica assegurada a maior rentabilidade possível de cada instalação.

Análise de imagens de satélite, algoritmos de inteligência artificial e big data são algumas das tecnologias utilizadas nesta solução, que recebe o nome EI Tech2Perform. No fundo, esta plataforma calcula o investimento ideal e a sua rentabilidade com base no histórico de consumo, na orientação do telhado e na exposição solar de cada painel instalado, de forma personalizada.

Para que as empresas ou famílias saibam se devem ou não avançar e em que circunstâncias, a EI desenvolveu um simulador que permite introduzir a morada, seleccionar o espaço no telhado e comunicar o consumo aproximado. Tudo isto em menos de um minuto. Será a partir destes dados, que a plataforma oferece um primeiro orçamento aproximado e, ainda, a indicação de possíveis poupanças.

Neste momento, a empresa já conta com cerca de 200 clientes em ambos os países, Portugal e Espanha, informou Ignacio Madrid. «Estamos agora a testar o mercado. Temos a ambição de ser um dos principais agentes de mercado (market players) nos dois países, por isso, estamos a concentrar todos os esforços para tornar isso real. Queremos ser relevantes no mercado nos próximos anos. Já temos alguns clientes: cerca de 200 actualmente, no projecto-piloto.»

De acordo com o CEO da EI, o sucesso da transição para um sistema energético sustentável requer, então, que nenhum telhado com potencial para a geração de energia limpa seja ignorado. A solução desenvolvida recorre à rentabilidade para impulsionar a mudança.

A aposta vai também ao encontro do compromisso da Galp para um mundo mais electrificado e sustentável que cumpre os 3 D’s da energia: descarbonização, descentralização e digitalização.

*com Mara Tribuna

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