Fraude no azeite: Maior produtora mundial fala em “indícios” de misturas de pior qualidade
A Dcoop, maior produtora mundial de azeites, denunciou práticas fraudulentas no mercado de azeites refinados. Segundo o presidente da cooperativa, Antonio Luque, há indícios de que produtos comercializados como azeite de “azeitona” são, na verdade, misturas de azeites de qualidade inferior e de origens diversas.
Apesar de afirmar ter “nomes e apelidos” dos envolvidos, Antonio Luque reconhece não possuir provas suficientes para levar o caso à justiça, revela o ‘El País’.
Os azeites refinados derivam do azeite lampante, um azeite virgem de qualidade inferior, com acidez superior a 2%, e passam por processos industriais para reduzir acidez, odores desagradáveis e ajustar a cor.
No entanto, o presidente da cooperativa acredita que algumas dessas misturas incluem óleos de girassol ou outras fontes mais baratas, o que contraria os padrões de qualidade exigidos no setor.
Em Portugal, três anos depois do último teste a azeite virgem extra, a DECO PROteste voltou a comprar e a enviar para laboratório garrafas da mesma categoria. Os azeites testados são de boa qualidade, no entanto, mais uma vez, nem todos faziam jus à denominação do rótulo. Ou seja, nem todos eram virgem extra. Analisando e degustando as 20 amostras, concluiu-se que os atributos das amostras analisadas do Serrata Clássico não correspondiam à condição “virgem extra”. Na realidade, pertencem à categoria “virgem”.
Face a 2021, altura em que três marcas revelaram problemas, o panorama melhorou. Neste teste, só uma marca não estava conforme. A explicação pode estar num controlo de qualidade inconsistente. Há que reforçar esse controlo em todas as etapas que possam afetar a qualidade do azeite. O teste permitiu ainda à DECO PROteste atribuir o título de “Melhor do Teste” a uma marca e o de “Escolha Acertada” a três produtos.
Os preços do azeite têm disparado em todo o mundo e tornaram-se um dos grandes problemas nos orçamentos dos portugueses: nos últimos anos, sofreu um aumento histórico, que lhe valeu o epíteto de “ouro líquido”.
No entanto, de acordo com dados da Infaoliva, citados pela publicação ‘El Economista’, os preços já estão a cair: é mesmo apontada uma queda de 37% face aos máximos de janeiro, que regressa assim aos cinco euros por litro pela primeira vez desde 2023 – no entanto, de acordo com a Deoleo, os preços podem cair ainda mais, até 50% dos seus máximos.