França: Manifestações hoje contra “golpe de força” do Presidente francês Emmanuel Macron

A França prepara-se para uma série de manifestações este sábado, organizadas pela França Insubmissa, em resposta ao que o partido descreve como o “golpe de Macron”. As marchas, inicialmente convocadas após o anúncio de Emmanuel Macron de rejeitar um governo de esquerda, reuniram apoio de outros partidos da Nova Frente Popular (NFP), com exceção dos socialistas, e contam também com a adesão de associações juvenis e sindicatos.

A mobilização surge como uma forma de contestar o que os organizadores denunciam como uma deriva autoritária por parte do Presidente francês, exigindo respeito pelo resultado das eleições legislativas de julho. Entre as principais exigências dos manifestantes está a implementação de um salário mínimo de 1.600 euros, a luta contra o racismo, a reforma aos 60 anos e o reconhecimento do Estado da Palestina.

A marcha principal terá lugar em Paris, com início previsto para as 14h na icónica Praça da Bastilha, mas estão igualmente agendadas manifestações em mais de 100 cidades e vilas por toda a França, bem como nas representações diplomáticas em cidades como Londres, Madrid, Berlim, Bogotá e Montréal.

Contexto Político
Este protesto ocorre num contexto de grande tensão política. A Nova Frente Popular (NFP), uma aliança de partidos de esquerda liderada pela França Insubmissa, tem insistido que Macron deve pôr fim ao bloqueio das instituições e respeitar o voto popular. O líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, declarou que a nomeação de Michel Barnier como novo primeiro-ministro foi uma decisão que ignorou a vontade dos eleitores, acusando Macron de “roubar a eleição”.

Nomeação de Barnier e a Reação da Extrema-Direita
Emmanuel Macron nomeou o veterano político Michel Barnier, antigo negociador do Brexit e ex-comissário europeu, como primeiro-ministro. Aos 73 anos, Barnier é o mais velho a ocupar o cargo de chefe de governo em França na era moderna. Macron pediu a Barnier que formasse um “governo de união”, na tentativa de garantir estabilidade política num momento delicado.

Entretanto, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, afirmou que irá aguardar pela apresentação do programa político de Barnier antes de decidir se apoia uma moção de censura. Le Pen destacou que questões como imigração, segurança e o poder de compra dos franceses devem ser centrais no debate, e que a reforma do sistema eleitoral para um modelo proporcional é uma prioridade para o seu partido, a Frente Nacional (RN).

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