Forte candidato ao lugar de Merkel quer plano “ka-boom”: “A Europa deve gastar para se recuperar”
O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, rejeitou os apelos no sentido de reformular as regras fiscais legisladas por Berlim e por Bruxelas, já que, a seu ver, estas medidas “fornecem flexibilidade suficiente para superar crises como a pandemia”.
Numa entrevista concedida ao ‘Financial Times’, o também candidato ao cargo de Chanceler da Alemanha nas eleições de setembro, pelos sociais democratas, deixou claro que o seu país “deve continuar a gastar e a injetar dinheiro na economia se quer recuperar financeiramente”.
“Saímo-nos melhor economicamente do que qualquer um esperaria, porque seguimos uma estratégia fiscal de expansão”, explicou o Governante ao FT. “Não devemos parar abruptamente com estas medidas”, acrescentou.
Scholz, um ministro de 63 anos, ganhou elogios por da imprensa económica internacional, depois de ter prometido “fazer o que fosse preciso” para recuperar a economia do país. Após estas palavras, o braço direito de Merkel elaborou um plano de estímulos económicos de 130 mil milhões de euros, um programa conhecido na Alemanha como “recuperação ka-boom”.
O Governante salientou, no entanto, que no futuro devem ser tomadas algumas medidas mais restritivas que visem restabelecer o equilíbrio económico da Alemanha e da Zona Euro e deu como exemplo o “travão à dívida pública” de Berlim, um limite constitucional que será reposto em 2023.
Na Zona Euro, Ursula Von der Leyen já anunciou que a “cláusula de escape” que mantém as regras e limites orçamentais, como o teto de 60% do PIB para o défice dos Estados -membros, se manterá em vigor até 2022.