Ford Fiesta, Fiat Uno (entre outros…): simulações do agravamento do IUC no próximo ano indicam aumentos superiores a 170%

O agravamento do IUC para carros com matrícula anterior a 2007 pode fazer disparar o imposto em 176% já no próximo ano, de acordo com uma simulação feita pela consultora ‘PwC Portugal’ para a ‘Executive Digest’: a polémica medida, prevista no Orçamento do Estado para 2024, vai abranger cerca de 3 milhões de automóveis e meio milhão de motociclos.

Tomemos por exemplo um Ford Fiesta, de 1988, a gasóleo, com 1.608 cm3 de cilindrada: atualmente paga 14,18 euros e ficará a pagar, em 2024, 39,18 euros, uma subida de 176%. Se pegarmos num Fiat Uno, do mesmo ano, a gasolina, com 1.301 cm3, o aumento é menos expressivo, mas ainda assim significativo: de 17 para 42 euros, o que equivale a uma subida de 147%.

Se tiver um Seat Ibiza de 1994, a gasóleo, com 1.896 cm3 de cilindrada, prepare-se para desembolsar mais 99% em IUC – passa de 25,37 para 50,37 euros. Por último, se o veículo em questão for um Ford Focus de 2001, a gasolina, com 1.989 cm3 de cilindrada, a subida do imposto cifra-se em 16% no próximo ano – de 153,85 para 178,85 euros.

Importa reparar que todos os aumentos estão limitados, uma decisão que, para António Costa, foi “uma escolha” de quem tem de fazer política” – na proposta do Governo, a subida limite do imposto é de 25 euros por ano, sendo que será progressivamente agravada até que a taxa de IUC reflita a totalidade da tributação referente às emissões de CO2 destes veículos.

Roberto Gaspar sublinhou que esta subida do IUC pode criar um “sentimento de injustiça”: em declarações ao ‘Jornal de Notícias’, o secretário-geral da ANECRA – Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel – apelou ao Governo um incentivo “mais generoso” para o abate das viaturas mais antigas. “Muitas das viaturas enquadradas no apoio não têm um preço baixo o que pode restringir o número de pessoas que possam fazer uso dela”, referiu. “Faria sentido alargar o apoio a viaturas usadas até dois anos que tivessem baixas emissões, alargando o número potencial de beneficiários.”






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