FMI baixa projeção de crescimento mundial para 2019, 2020 e 2021
As projecções para o crescimento económico mundial vão baixar segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê crescimentos de 2,9% em 2019, de 3,3% em 2020 e de 3,4% em 2021. Estas alterações devem-se ao desempenho de economias emergentes, como é o caso da Índia.
As previsões do FMI correspondem à actualização do «World Economic Outlook», um relatório do mesmo organismo, divulgado nesta segunda-feira, com previsões económicas mundiais, que representam uma revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais para 2021, relativamente às previsões de Outubro do ano passado.
«A revisão em baixa reflecte sobretudo os resultados inesperados negativos da actividade económica em algumas economias de mercados emergentes, em particular a Índia, que levaram a uma reavaliação das perspectivas de crescimento dos próximos dois anos. Em alguns casos, esta reavaliação também reflecte o impacto de uma maior insatisfação social», justifica Kristalina Georgieva, líder da instituição.
O FMI fala também no lado positivo «o sentimento dos mercados foi estimulado por sinais de que a actividade industrial e o comércio internacional estarão perto da retoma; por uma reorientação geral; por notícias intermitentemente favoráveis acerca das negociações comerciais entre os EUA e a China; e por menos receios quanto a um`Brexit` sem acordo».
Apesar da debilidade da projecção de crescimento de base, a evolução desde o quarto trimestre de 2019 antevê «um conjunto de riscos para a actividade mundial menos tendentes a uma evolução negativa», comparativamente ao relatório de Outubro de 2019.
O FMI refere que os factores de estabilização podem vir a reforçar os laços entre o consumo privado e um aumento do investimento das empresas, contudo a organização alerta para «os riscos da deterioração que continuam a ser consideráveis», englobando a pioria das tensões geopolíticas, em especial entre os EUA e o Irão, o crescimento da instabilidade social, uma nova pioria das relações comerciais dos EUA com outros parceiros e ainda um aumento das tensões económicas entre outros países.
No relatório publicado, a organização considera que «é indispensável uma cooperação multilateral mais sólida e uma combinação mais equilibrada das políticas nacionais dos vários países, tendo em conta a margem monetária e fiscal disponível», no sentido de prevenir eventuais riscos, fortalecendo a actividade económica.
Como principais objectivos a alcançar, estão «o desenvolvimento da resiliência financeira e o fortalecimento do potencial de crescimento, fomentando a inclusão», para isso é necessário estabelecer uma cooperação transfronteiriça mais estreita nas várias áreas, em resposta às questões de regulação do sistema comercial, diminuir as emissões de gases com efeito de estufa e fortalecer a arquitectura tributária internacional.
A nível nacional, as políticas devem «suportar a procura, através de ferramentas fiscais e monetárias, de acordo com a margem de manobra disponível», conclui a organização.