Fitch afirma ‘ratings’ de BPI e Santander Totta com perspetiva negativa

A agência de ‘rating’ Fitch confirmou as notações do Santander Totta (BBB+) e BPI (BBB), mantendo ambos os bancos com perspetiva negativa, de acordo com notas divulgadas pela instituição.

De acordo com notas emitidas na segunda-feira, relativamente ao Santander Totta a Fitch assinala que grande parte do ‘rating’ está ligado ao do Santander espanhol, “refletindo a visão da Fitch de uma alta probabilidade de apoio” do acionista “em caso de necessidade”.

Os argumentos para o BPI são semelhantes, dando a Fitch conta de que o ‘rating’ também “reflete uma alta probabilidade de apoio” por parte do CaixaBank, acionista único do BPI, “em caso de necessidade”.

Segundo a análise da Fitch ‘rating’ de viabilidade (bbb-), o perfil de crédito do Santander Totta “não está imediatamente em risco face ao impacto da contração económica causada pela pandemia [de covid-19], devido à sua confortável capitalização, que providencia uma ‘almofada’ face aos riscos de operar num ambiente económico vulnerável”.

Também o ‘rating’ de viabilidade do BPI (bb+) reflete a visão de que o perfil de crédito “não está imediatamente em risco” face à pandemia, “graças ao apetite pelo risco mais conservador do banco, que resultou consistentemente numa maior qualidade dos ativos face aos pares domésticos”.

Relativamente ao futuro, a Fitch espera “pressão nos lucros” do Santander Totta em 2020 e 2021 “devido a menores volumes de negócio, e também pressão nas comissões”, mas prevê que o banco permaneça “adequadamente lucrativo” no horizonte de análise.

A Fitch sinaliza ainda que o ‘rating’ do banco liderado por Pedro Castro e Almeida poderia ser revisto em baixa se a notação da ‘casa-mãe’ espanhola também fosse reduzida, sendo igualmente sensível “a uma mudança nas assunções da Fitch face à propensão ou capacidade do Santander [espanhol] apoiar a sua subsidiária portuguesa”.

Já uma revisão em alta da perspetiva, para ‘estável’, poderia ocorrer caso o Santander espanhol registasse tal evolução e “desde que a perspetiva do soberano português [Estado] permaneça ‘estável'”.

No caso do BPI, a Fitch espera “que a qualidade dos ativos se vá deteriorar num ambiente operativo desafiante”, bem como o aumento de imparidades “perto do fim de 2020 e mais significativamente em 2021 à medida que as medidas do Governo para apoiar os devedores forem levantadas”.

“Os lucros operacionais são constrangidos pela falta de escala comercial geral e pela potencial volatilidade da contribuição dos lucros dos seus investimentos financeiros no Banco de Fomento Angola (BFA) e no Banco Comercial e de Investimentos (BCI) em Moçambique”, pode também ler-se na nota da Fitch relativa ao BPI.

No futuro, o BPi poderá ver a sua perspetiva melhorada ou piorada caso o mesmo aconteça com o seu acionista espanhol, o CaixaBank, mas a Fitch sinalizou que uma subida é “pouco provável”.

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