Fim das portagens pode custar apenas 40 milhões de euros ao Estado. Brisa apresenta nova solução mais económica

A Brisa apresentou ao Governo uma proposta para abolir as portagens nas ex-Scut exclusivamente para os residentes das regiões afetadas, e pretende discutir esta alternativa com os restantes partidos políticos em setembro.

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, Pires de Lima, CEO da Brisa, alerta que a recente aprovação no Parlamento da abolição das portagens nas ex-Scut do Interior e Algarve, substituindo o modelo de utilizador-pagador pelo de contribuinte-pagador, pode causar um impacto orçamental severo e prejudicar a imagem de Portugal. Segundo a Brisa, a perda de quase 200 milhões de euros anuais em receitas para a Infraestruturas de Portugal (IP) é um risco significativo.

Para mitigar esse impacto, a empresa sugere utilizar a tecnologia existente, como os pórticos nas ex-Scut e os identificadores da Via Verde, para isentar ou conceder descontos apenas aos residentes do Interior. Esta medida poderia reduzir o custo para o Estado para cerca de 40 a 50 milhões de euros anuais.

A Brisa já comunicou esta proposta ao Governo e está empenhada em informar os partidos da oposição, com reuniões diretas previstas para setembro. A empresa destaca que a implementação desta solução é tecnicamente viável e essencial para manter as receitas das portagens, que são cruciais para a manutenção das autoestradas e outras responsabilidades estatais.

A empresa conclui que exemplos de outros países europeus, como os Países Baixos, demonstram a importância de manter essas receitas por razões ambientais e orçamentais.