“Fim Ao Fóssil: Ocupa!”: estudantes ocupam escolas e universidades numa ação de protesto contra os combustíveis fósseis (e pedem a demissão do ministro da Economia)

As escolas secundárias Liceu Camões e António Arroio, bem como as faculdades de Letras e de Ciências da Universidade de Lisboa, o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Avenida de Berna, vão ser palco de uma ação de protesto, esta segunda-feira, do movimento ‘Greve Climática Estudantil Lisboa, que prevê a ocupação dos estabelecimentos por parte dos estudantes que exigem o fim dos combustíveis fósseis até 2030.

Aliece Gato, porta-voz do núcleo de Lisboa do movimento ecologista, salientou à agência Lusa que “as emissões continuam a aumentar e, ao mesmo tempo, também a crise climática está a aumentar. Este verão vimos o Paquistão inundado, vimos incêndios avassaladores em Portugal e no resto da Europa, estamos a ver cheias na Nigéria neste momento. A crise climática é real. Está aqui e agora. Já estava em 2019 [quando fizemos a greve climática com greve às aulas], mas continua a intensificar-se porque não estamos à altura”.

“Seis escolas e universidades de Lisboa serão ocupadas por centenas de estudantes para exigir o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro [da Economia e do Mar] António Costa e Silva”, referiu, em comunicado, a organização, que entra desta forma na rota do movimento internacional “End Fossil Occupy!” que desde o início do semestre foi responsável pela ocupação de escolas nos Estados Unidos e na Alemanha. Este movimento, que em português se traduz por “Fim Ao Fóssil: Ocupa!”, exige o fim dos combustíveis fósseis a nível internacional.

“Se nós não agirmos, ninguém vai agir por nós. Desta vez estamos a ocupar os nossos espaços escolares, as nossas escolas e as nossas universidades, que são os sítios que nos deveriam estar a preparar para um futuro melhor mas esse futuro não existe”, referiu Alice Gato, acrescentando que “com a casa está a arder” é necessário “parar tudo e apagar o fogo em conjunto”. “Estamos a criar disrupção da normalidade para que as nossas reivindicações sejam atendidas: o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e demissão imediata do ministro da Economia e do Mar”, concluiu.

Salvaguardando que as iniciativas decorrerão de forma pacifica, o movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!” sublinhou que “todas as ocupações serão diversas e assumirão diferentes moldes, tendo diferentes reivindicações locais”, mas feitas de “forma calma e cuidada”. “Não vamos colocar nenhuma pessoa em perigo”, garantiu, salientando que vai procurar “contornar pacificamente quaisquer impedimentos de forças policiais ou de segurança”.

“Utilizaremos diversas táticas e iniciativas criativas com o objetivo de suster a disrupção e fazer crescer a ocupação”, pôde ler.se no comunicado que termina com um apelo à participação na marcha pelo clima de dia 12 de Novembro, às 14 horas, no Campo Pequeno, uma iniciativa organizada pela coligação “Unir Contra o Fracasso Climático”.

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