Fatura do supermercado desceu esta semana. Mas há produtos que ficaram mais caros. Veja aqui a lista

A guerra na Ucrânia tem impulsionado uma subida constante nos preços dos alimentos e esta semana voltou a não ser exceção. Uma análise da DECO Proteste revelou que o preço do cabaz de bens alimentares essenciais registou uma ligeira descida do preco de 2,28% (menos 4,69 euros) entre 1 e 8 de junho, passando a custar 201,29 euros.

Mais de cem dias depois do início da guerra na Ucrânia (24 de fevereiro), data em que esta análise se iniciou, comprar o mesmo cabaz de produtos alimentares sai 17,66 euros (mais 9,62%) mais caro.

A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

Na última semana, entre 1 e 8 de junho, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os cereais (mais 7%), as salsichas Frankfurt (mais 7%), os cereais integrais (mais 6%), o arroz agulha (mais 6%), o grão cozido (mais 5%), o pão de forma sem côdea (mais 4%), o salmão (mais 4%), o atum posta em azeite (mais 4%), a carne de novilho (mais 4%) e a cebola (mais 3%).

Analisando exclusivamente as categorias de produto com maiores subidas de preços, entre 23 de fevereiro, véspera da explosão do conflito armado na Ucrânia, e 8 de junho, a carne e o peixe são as que mais se destacam, com incrementos percentuais de 14,56% e 13,72%, respetivamente.

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Atualmente, estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%). E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o país a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescentou a DECO.

O organismo esclareceu que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um sector há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, finalizou.

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