Fatura da eletricidade vem com extra em abril: saiba quanto vai pagar a mais

Prepare-se para um aumento na sua próxima fatura de eletricidade: os consumidores vão pagar o novo modelo de financiamento da tarifa social, que transfere grande parte dos custos deste desconto às famílias de menores rendimentos para os comercializadores, que são livres de passar esse custo para os clientes, indicou esta segunda-feira o jornal ‘Expresso’.

A mudança nas regras já foram publicadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE): a atribuição dos descontos na fatura às famílias com menores rendimentos tem um custo, que era suportado até ao momento a 100% por alguns produtores de eletricidade. No entanto, a partir de agora, dois terços do custo vão ser passados para os comercializadores de energia. É estimado um aumento de 0,3 cêntimos por cada kilowatt hora consumido.

A proposta inicial da ERSE apontou para um encargo de 2,22 euros por megawatt hora (MWh) a ser passado pelos comercializadores: no entanto, este valor cresceu para os 2,89 euros por MWh, o que equivale a 0,289 cêntimos por KWh. Ou seja, num fatura com um consumo mensal de 100 kWh, signifia um aumento de 29 cêntimos – de 58 cêntimos num consumo mensal de 200 kWh, ou perto de 87 cêntimos para uma família que consuma mensalmente 300 kWh.

A transferência do encargo da tarifa social para o consumidor final poderá agravar as faturas das famílias no mercado livre em até 1,13% e para as que estejam no mercado regulado em até 0,93%. De acordo com a ERSE, o impacto final nos consumidores “dependerá do respetivo comercializador”. “Efetivamente, fazendo parte da sua estrutura de custos, será decisão do comercializador qual a margem a repercutir aos seus clientes. Naturalmente, a ERSE manterá a sua atividade de monitorização dos preços das ofertas disponibilizadas aos clientes, assim como dos preços praticados pelos comercializadores”, indicou o regulador da energia.

De acordo com a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a tarifa social de eletricidade beneficiou em março mais de 758 mil famílias em Portugal continental.