Farsa alimentada pelos governos? Segunda vaga de Covid-19 trouxe mais protestos e teorias da conspiração

À medida que as autoridades de Saúde alertam para a possibilidade de uma segunda vaga da Covid-19, um número crescente de pessoas na Europa dá sinais de estar a começar a descartar esta ameaça. Uma posição aditada por cidadãos que consideram que se trata de propaganda dos media e, em alguns casos, até mesmo de teorias da conspiração.

“Tira a tua máscara!” ou “Acabaram-se as mentiras, acabaram-se as máscaras, acabaram-se os confinamentos” são algumas das mensagens e graffitis que têm surgido em Londres, no Reino Unido.

No sábado passado, o sentimento de revolta para com esta situação estendeu-se a milhares de manifestantes sem máscara que encheram Trafalgar Square, no centro da cidade. E, uma semana antes, várias pessoas reuniram-se para se manifestarem contra as restrições implementadas no Reino Unido, com muitos protestantes a chamarem à pandemia uma “farsa”.

Noutras cidades europeias, como Berlim, Bruxelas, Dublin e Paris, ajuntamentos e manifestações semelhantes têm vindo a ser promovidas nas últimas semanas, à medida que as infeções aumentam, outra vez, em grande parte da Europa.

Mas com os peritos de Saúde Pública a avisar que já chegou a segunda vaga da Covid-19, a alguns locais, e com muitos governos a reintroduzirem e apertarem as restrições, as fileiras daqueles que rejeitam os perigos do novo coronavírus consideram que a pandemia é uma “farsa liderada pelo governos”.

Em declarações ao The New York Times, Daniel Jolley, professor de psicologia na Universidade de Northumbria, em Inglaterra, e especialista em teorias da conspiração, explica que o surgimento de um contingente crescente, que se faz ouvir, de pessoas que acreditam que os governos não estão a ser verdadeiros sobre a pandemia, não é “surpreendente”.

“As pessoas são atraídas por teorias da conspiração em tempos de crise”, disse. “Quando algo acontece – uma epidemia de vírus, uma rápida mudança política, a morte de uma celebridade, um ataque terrorista – gera teorias de conspiração”, acrescentou.

De acordo com o especialista, a natureza prolongada da pandemia e a possibilidade de uma nova ronda de restrições governamentais apenas intensificou essa desconfiança e estimulou, ainda mais, os opositores.

“As pessoas estão a tentar compreender o mundo em que vivemos”, disse ainda, quer essa explicação esteja enraizada na realidade ou não. “Quem tem esta crença, agarra-se a ela, e atribui provas que sustentam o seu ponto de vista”, frisou. Esta foi a explicação dada por Jolley, patente nos recentes protestos contra a pandemia e contra as respetivas restrições que surgiram em várias cidades de toda a Europa, que, em alguma situações se tornaram violentas.

No sábado, por exemplo, pelo menos quatro agentes da polícia ficaram feridos em confrontos na Trafalgar Square.

Desde o início da pandemia, já foram reportadas, em todo o mundo, mais de 33 milhões de infeções e mais de 998 mil mortes por Covid-19, segundo dados da universidade Johns Hopkins, que tem acompanhado a situação epidemiológica desde o início.

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