Famílias resistem à inflação e voltam a comprar mais comida e mais carros
A inflação continua a dar sinais de abrandamento e os portugueses continuam a resistir, mas no primeiro trimestre deste ano já voltaram a gastar mais dinheiro em alimentação e “bens duradouros”, como carros, segundo revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Assinala o Diário de Notícias que há quatro trimestre consecutivos que as famílias gastavam muito mais dinheiro nas compras, mas o volume (descontando a inflação) caia, ou seja, os portugueses estavam a cortar na quantidade de comida que levavam para casa, de forma a enfrentar o aumento do custo de vida.
Mas, nos primeiros três meses deste ano, a situação parece estar a inverter-se, com as famílias a levarem para casa ligeiramente mais produtos alimentares para casa do que no mesmo período do ano passado: a subida registada foi de 0,2%.
Depois de em 2022, em março, as famílias terem feito o maior corte de que há registo no volume de alimentos comprados, nos primeiros três meses deste ano a despesa com alimentos das famílias subiu 19%.
O gasto com alimentação representa 21% das despesas de consumo das famílias nos primeiros três meses de 2023.
Com efeito, segundo adianta teresa Gil, economista do BPI ao mesmo jornal, o consumo privado corresponde a 65% do PIB português, acelerando em cadeia mas perdendo gás em termos homólogos. Para isto “contribuíram o forte incremento da venda de automóveis e a recuperação do consumo de bens alimentares”.
A despesa com bens duradouro subiu 11% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo do ano anterior. De acordo com o INE a economia cresceu 2,5%, um dos melhores resultados na Europa, segundo o Eurostat e ao dobro da média do ritmo dos Estados-membros.