Falta de recursos da Ucrânia potencia ofensiva russa tripartida: Kremlin avança para Robotine após retirada do exército ucraniano
A contraofensiva de Kiev não surtiu os efeitos desejados: Robotine, no oeste da região de Zaporizhia, foi uma das mais importantes conquistas da Ucrânia mas que foi agora abandonada pelas forças armadas ucranianas – a Rússia tem aproveitado a escassez de munições ucranianas para montar uma ofensiva tripartida: “Ao longo da fronteira do Oblast de Kharkiv-Lugansk, particularmente nas direções de Kupiansk e Liman; em Avdiivka e seus arredores; e perto de Robotine, no oeste do Oblast de Zaporizhia”, salientaram os especialistas do Instituto para o Estudo da Guerra, citados pelo jornal espanhol ‘ABC’.
De acordo com Ilya Yevlash, porta-voz das forças armadas de Kiev, as tropas russas realizaram ataques com todos os tipos de armas na frente oriental. “O inimigo continua a aumentar as suas reservas para substituir as perdas. Particularmente na direção de Bakhmut, perto de Bohdanivka, recorreram a ataques frontais e tentaram contornar as nossas posições fortificadas”, referiu.
Kiev está assim obrigada a racionar os seus recursos ao longo da linha da frente, o que colocou Moscovo perante a oportunidade de pressionar vários setores de frente.
A falta de armamento explica-se pelas hesitações do Ocidente, em particular dos Estados Unidos. Mas também a União Europeia tem falhado com as suas promessas: de acordo com Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, se a Europa tivesse “hesitado menos nas suas decisões, esta guerra provavelmente teria sido diferente”.
Os aliados europeus estão preocupados com a falta de recursos materiais da Ucrânia e continuam os esforços para ajudar Kiev no seu esforço de guerra. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anunciou no sábado passado que entregaria todas as suas munições à Ucrânia. “Não importa o que os Estados Unidos inventem. Nós, europeus, temos de nos defender. Esta é uma guerra no continente europeu. Para fazer isso, devemos dar à Ucrânia o que ela precisa agora”, salientou, durante a Conferência de Segurança de Munique.