Fabricante portuguesa de calças vai a leilão por 12 mil euros depois de ter deixado quase uma centena de desempregados e dívidas de milhões
A Felcartel, fabricante de calças fundada em 1989 por Carlos António de Sousa, enfrentou tempos desafiantes desde o início da pandemia, quando sofreu o cancelamento de encomendas e o aumento das baixas médicas dos trabalhadores. Agora, vai a leilão.
Durante o período da pandemia, a empresa tentou adaptar-se, passando a produzir máscaras, mas viu a sua faturação cair drasticamente para um milhão de euros em 2020, revela o ‘Negócios’. Nos anos seguintes, a situação agravou-se com a escalada dos preços das matérias-primas e dos custos energéticos, além da dificuldade de acesso a crédito. Em 2021, a empresa conseguiu apenas uma faturação de 1,1 milhões de euros, e em 2022, mesmo com um leve aumento para 1,3 milhões de euros, a falta de liquidez tornou-se insustentável. A guerra na Ucrânia veio intensificar a crise, levando a uma redução abrupta na procura e dificultando o acesso a matérias-primas.
A Felcartel entrou no Processo Especial de Revitalização (PER) no final de 2022, com o objetivo de renegociar dívidas de cerca de 3,5 milhões de euros, incluindo uma dívida de 772 mil euros à Segurança Social. No entanto, o plano de recuperação não obteve aprovação da maioria dos credores, levando ao encerramento do PER e à declaração de insolvência em agosto deste ano, deixando 95 postos de trabalho em risco.
Na próxima sexta-feira, os ativos da empresa, incluindo máquinas têxteis, material de escritório e veículos, irão a leilão na Cooperativa Agrícola de Lousada, com um valor inicial de 11.925 euros. Caso não existam ofertas para o conjunto dos bens, estes poderão ser vendidos lote a lote, avançou a leiloeira responsável, Exclusivagora.