Explicador: Uma nova onda de clientes está a transformar por completo o mercado dos criptoativos. Entenda porquê
Uma “nova onda de consumidores, atraídos pelos NFT, está a entrar no mercado dos criptoativos”. O alerta é dado por Cuy Sheffield, chefe do departamento crypto da Visa.
“Estas pessoas estão ansiosas por ter carteiras com este tipo de ativos virtuais, de apoiar os seus criadores e criar os seus próprios NFT”, acrescentou.
Para Sheffield, “a criptografia está a tornar-se um novo elemento cultural”. “Se antes uma carteira servia para armazenar artibos digitais, hoje é um lugar onde as pessoas desborem novas músicas, tornando-se uma ‘super aplicação do dia a dia’.
Os NFT são atualmente uma das maiores tendências dos mercados dos criptoativos, tendo duplicado o número de transações deste produto entre 2020 e 2021. Atualmente as vendas deste tipo de artivos virtuais já renderam 389 milhões de dólares (contra os 250 milhões de dólares contablizados no ano passado).
A sigla NFT deriva do termo anglo-saxónico “Non-fungible token” que se pode aproximar para portugês para algo como um Ativo Virtual Não Fungível.
Os tokens não-fungíveis, ou NFT’s – como são conhecidos, são, arquivos digitais (ou arte digital) com identidade e propriedade verificados. Estes ativos podem ser imagens virtuais, desde GIF’s a JPEG’s, músicas, itens dentro de videojogos, terrenos virtuais, vídeos, ou qualquer elemento que seja virtual e autenticável.
A sua não-fungibilidade significa que são únicos e não podem ser substituídos por outros, e este é um dos fatores que tem contribuído para as somas avolutadas que têm transacionado na Internet. A exclusividade desperta sempre a curiosidade, e já sabemos que quando uma se junta à outra, por norma, o preço dispara.
O que garante a exclusividade e propriedade dos NFT’s é a tecnologia blockchain, um sistema inalterável baseado na matemática da cripografia, sendo que a maior parte destes tokens faz parte da blockchain Ethereum. Esta criptomoeda funciona como a famosa bitcoin, mas a sua blockchain armazena informações extras que suportam os NFT’s de forma inequivoca. Já há quem prefira estes tokens à arte convencional, pois ao ser 100% digital não se deteora, como acontece com o passar dos anos aos ativos físicos.
Milhões, milionários e artistas
A visibilidade dos NFT’s tem ganho cada vez mais expressão entre filantropos, empresários, colecionadores de arte e excentricos milionários. E o mercado, apesar de digital, funciona como os demais. Se há procura, vai existir oferta, e se a primeira é maior do que a segunda, o valor sobe.
Vamos vender NFT’s e ficar todos milionários?
Apesar de ser um mercado em expansão e com muita procura neste momento, o risco de haver uma inundação de oferta torna o risco deste negócio muito elevado. Se, por um lado, o valor das criptomoedas é altamente volátil, podendo gerar perdas ou ganhos de milhares em apenas minutos, por outro o excesso de oferta poderá levar à fuga dos investidores, ou mesmo ao abandono deste tipo de arte.
Criar um NFT hoje em dia não é algo complexo, existindo diversas plataformas que os transacionam e auxiliam em todo o processo, mas com a popularidade que estes ativos têm ganho torna-se difícil criar algo que se destaque dos demais. Os grandes artistas partem com uma vantagem – digitalizar e autenticar as suas já conhecidas obras e (re)vender a preços astronómicos.
Veremos a curto prazo se a tendência de crescimento será para manter ou se estamos perante mais uma bolha que implodirá e deixará muitos investidores com ativos pouco lucrativos nas mãos. Para já, os dados são animadores, no terceiro quadrimestre de 2021 mais de 10 mil milhões de euros foram transacionados em NFT’s.